Olhar o Porto
(Fonte de Villa Parda, Rua do Bonjardim)
Hoje passei pelo jardim do Marquês mais numa de rotina do que propriamente na expectativa de não visualizar o desleixo de que há muito por ali assentou arraiais. Depois de constatar aquela pobreza deu-me na tola de ir pela Rua do Bonjardim, antiga estrada de Guimarães, já não passava lá, a pé, há anos.
Logo no início do lado esquerdo, um palacete que dá no olho, fechado, com frondosas árvores nobres nos quintais, agora também com silvados a concorrer. A meio da rua, num gaveto do lado esquerdo, mesmo em frente à Rua do Paraíso dou de caras com um fontanário em pedra trabalhada, que desconhecia. Água nem vê-la. Continuo e observo pouca alma comercial na rua, os restaurantes “Alfredo” e “Sai Cão” prendem-me a atenção pelos nomes sugestivos. Casario a ficar degradado, aliás como em todo o resto da cidade histórica, mas ao chegar ao gaveto com a Rua Gonçalo Cristóvão então aí a hecatombe é notória, numa série de casas incluindo uma onde funcionou o Teatro “Os Comediantes”. Mais à frente o Largo Tito Fontes com o busto de Raul Dória contrasta, está um brinquinho. Andava lá um jardineiro a cortar a relva. Rui Rio não gosta desta gente pois tem mandado empedrar os belos jardins, de preferência com pedra vinda da China. O homem não vai cá em mariquices!...
Fiquem bem, antonio
(Largo Tito Fontes)