Pela ruralidade
À primeira vista parece que estamos em presença de uma garagem colectiva ou de recolha como se diz aqui no Porto.
Os dois “carros de vacas”, designação específica da minha terra estão já de semi quarentena no coberto, há uns tempos. Só muito esporadicamente saem.
O que está em primeiro plano é mais antigo. Está apetrechado com uma sebe. A cabeçalha e as chedas, nestas estão embutidos os tornos, são em madeira de castanho. Os fueiros, de carvalho e o eixo é de lodão devidamente rolamentado com as cantadeiras, cocões e pescazes. As rodas são de madeira dura, como convém, de sobreiro com o forte meão preso às cambas pelas relhas. A circundar, os trilhos em ferro, seguros com cavilhas.
O que está em segundo plano é mais modernaço, tem as rodas em ferro. Por esse facto ficou há dias em desvantagem, pois o seu comparsa teve uma saída para uma exposição – feira de artesanato que se realizou lá na terra.
Esta pequena crónica é mais uma faceta do meio de transporte que durante séculos existiu no Portugal rural.
Fiquem bem, antonio