Lembranças
Este último texto que o António publicou e que ilustrou com umas botas trouxe-me à memória a letra de uma canção. Cantar esta canção era uma das actividades da Mocidade Portuguesa. O contexto era o ensino liceal do Liceu Alexandre Herculano, no Porto e a década era a de 60 do século XX, mais concretamente os anos de 1963 a 1969. Nunca me esqueci da letra e da música desta canção, de tal forma que na tropa, quando olhava para as minhas botas modelo M67, com os meus pés a descansar na horizontal, me veio à memória muitas vezes a mesma canção. Agora este naco de prosa e esta fotografia que o António publicou fizeram saltar-me à memória o texto da canção que reproduzo, mesmo sem a música:
Minhas botas, velhas, cardadas
Palmilhando léguas sem fim
Quanto mais velhinhas e estragadas
Tanto mais vigor sinto em mim
Pelos vales, montes e montanhas
Passo lesto, com afoiteza
Deus nos guia, Deus nos acompanha
Descobrindo a natureza
Saudações refrescantes do Francisco.