O Porto sem as pontes seria como uma donzela sem para-choques! Agora o que está a dar parece que é a "tábua rasa", mas isso são modas que vão e regressam. Sou mais pelo conservadorismo relevante curvilíneo, mas não sou fundamentalista!...
Ele era um padre da velha guarda, conservador quanto basta. Estávamos nos anos sessenta, ainda a missa era rezada em latim. O cura da crónica real, senhor Abade, como era tratado pelos paroquianos estava radicado na pastoreação da aldeia há cerca de 25 anos. Tinha alguma terra que era pertença do passal e como tal pensava uma junta de vacas com a ajuda de um criado. Era também senhor dum cavalo que utilizava como meio de transporte nas deslocações a terras vizinhas. Mais tarde teve também um automóvel “cá ôlha”, uma autêntica “xicolateira” que volta e meia ficava de baixa!... Como lavrador que se prezava de ser também, deitava logo pela manhã um braçado de erva ao gado. Nada de anormal para um eclesiástico, pois estávamos em pleno Portugal agrícola em que a riqueza estava na terra. O filme da crónica começa agora: como a missa, homens à frente e mulheres atrás, era rezada pelo Sr. Abade de costas para os crentes, quando se ajoelhava no decorrer da cerimónia espelhava a bosta no pneu estriado da sola dos sapatos, pois antes tinha calcado uma bosteira na corte das vacas. Hoje este episódio caricato presenciado por mim poderia ser motivo de chacota humorística, mas na altura era visto e aceite com normalidade num país que vivia de mãos dadas com a intensa azáfama agrícola.
Numa iniciativa do JN e da Portgás, designada de "O Porto a pé", tive o privilégio de ser conduzido pela mão de Germano Silva, no domingo, dia 15 de Julho de 2007, pelo percurso "A cidade do barroco". É desse périplo que vos quero deixar com estas imagens. Caso queiram partilhar as vossas imagens, terei muito gosto em acrescentá-las a este álbum, bastando enviá-las para um destes endereços: francisco@pontoporponto.com / frodrigues@portugalmail.pt / sousaro@hotmail.com
Vamos chamar os bois pelos nomes para que a nossa crónica não caia no abstracto de uma inspiração à mesa do café. A história verídica tem protagonistas sendo um padre que já não faz parte dos terrenos e um petiz e que aconteceu quase nas minhas barbas de garoto que as não tinha. Padre ... Sousa truculento, senhor do seu nariz, pelo dinheiro era como o mafarrico por almas e por isso era um agiota com graveto a juros, enraizado na paróquia da minha terra onde esteve durante quatro décadas era amiúde visitado pelo arcipreste do concelho que certamente lhe vinha trazer directivas do Bispado de Lamego. Este último tinha como meio de transporte o cavalo bem como o seu amigo ... Sousa. Se naquela altura ter automóvel era raríssimo, ser possuidor dum equídeo bem arreado e calçado para ir ali ou acolá também denotava “status”. Naquele dia, andava eu ainda na escola, lá veio por montes e vales o senhor arcipreste, de fato preto, cabeção e coroa embora esta encoberta pelo chapéu de feltro, na sua montada bem ferrada, troc... troc... troc... Ao passar na minha aldeia um “puto”, o Zé, de calção com racha no rabo (cu rachado) ao ver aquele aparato, eufórico corre para casa, ali ao lado, espavorido e exclama na sua inocência: - pai, pai, vai ali um burro a cabalo!... (na minha aldeia ainda hoje chamam burros aos cavalos, isto não é piada política, será talvez por alguma semelhança entre os equídeos e os asininos). O bonacheirão do arcipreste numa de cura, acertivo, retorquiu na sua bondade: - Vai, vai, meu menino!... vai, vai, meu menino!...
Fiquem bem com esta história real cheia de bucolismo e de doçura, antonio
Acabei de receber do nosso colega Gastão o seguinte comunicado que, por interessar a todos os colegas, passo a tornar público:
COMUNICADO A TODOS OS PROFESSORES EM RELAÇÃO ÀS FALTAS.
PROCEDIMENTOS ADOPTADOS A PARTIR DE HOJE
DOENÇA: Estar doente não é desculpa para não vir trabalhar. Nem um atestado médico é uma garantia de estar doente, pois se estava em condições de visitar um médico também podia ter vindo trabalhar.
MORTE NA FAMÍLIA: Não tem desculpa. Não visitou quando estava vivo. Pelo morto não pode fazer mais nada, e os preparativos para o enterro podem ser feitos por outra pessoa. Se conseguir marcar o enterro para o fim da tarde, a empresa deixa-o, de boa vontade, sair meia hora mais cedo (isto se o trabalho estiver pronto...).
BODAS DE PRATA/OURO: Para uma festa deste tipo não damos dias livres. Se estiver casado há 25 ou 50 anos com a mesma pessoa, fique feliz em poder vir trabalhar.
NASCIMENTO DE UM FILHO : Por um erro desse tamanho não damos dias livres aos nossos trabalhadores (o erro foi seu). E, além disso, você já teve o seu divertimento.
ANIVERSÁRIO: O facto de ter nascido não quer dizer que o tenha
Merecido. Por isso não damos o dia!
CIRURGIAS: Cirurgias nos nossos funcionários são proibidas, pois nós os contratamos como eles eram. A extracção ou substituição de órgãos é contra o contrato de trabalho.
MORTE PRÓPRIA : Aqui pode contar com a nossa compreensão, se:
1 - informar duas semanas antes do acontecimento, para arranjarmos outra pessoa que faça o seu trabalho;
2 - enviar um atestado com a sua assinatura e a do médico relatando a causa da morte (senão serão descontados dias de férias );
3 - telefonar até ás 8 horas da manhã para dizer que morreu de noite.
Grato, e um bom dia...
E claro, pode voltar a trabalhar porque já perdeu 3 minutos a ler este e-mail!
Já começou o FIME ( 33º Festival Internacional de Música de Espinho).
Realiza-se de 6 a 29 de Julho deste ano, na nova Academia de Música de Espinho.
O programa é constituído, fundamentalmente, por concertos de música clássica. Tenho tido o prazer de deliciar-me com mais uma das coisas que aprecio: assistir a esses mesmos concertos. São, realmente, bons.
Também devo fazer referência à "Orquestra Cássica de Espinho" formada por jovens músicos da Academia de Espinho e que têm vindo a evoluir, já com alguns momentos de glória no seu historial.
Lembram-se de eu ter dito que voltaria a falar da Academia de Música de Espinho? Era para noticiar o FIME.
Esforcem-se por presentear-vos, fazendo o que mais gostam.
Numa iniciativa do JN e da Portgás, tive o privilégio de ser conduzido pela mão de Germano Silva, no passado domingo, dia 8 de Julho de 2007, pelo percurso "O Porto do romantismo". É desse périplo que vos quero deixar com estas imagens.