Dia do estudante
Este é o dia do estudante. Seja festejado, doravante, com toda a pujança porque quem não o é, já foi, sem dúvida.
M U |
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Este é o dia do estudante. Seja festejado, doravante, com toda a pujança porque quem não o é, já foi, sem dúvida.
M U |
Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...
Ao receber agora na caixa do correio o convite para o encontro anual do curso, tenho sido um ferrinho, desta feita em Arouca, quero aqui partilhar uma conversa que tive hoje com um senhor de provecta idade.
Meu conterrâneo, eram 11 irmãos, ainda novo veio para a cidade do Porto fazer pela vida. Relatou-me peripécias da sua juventude nomeadamente de um ano em que trabalhou nas minas de volfrâmio de Regoufe em Arouca. Tempos de extrema penúria que hoje os jovens têm dificuldade a encaixar. Naquela altura, estamos a falar no auge do volfrâmio, 1939-1945, as distâncias eram vencidas a pé. (Actualmente é tudo na brasa com bólides potentes como o do padre de Santa Comba Dão que não faz a coisa por menos). Da minha aldeia iam para as minas com uma brôa na sacola e só vinham, nem sempre, passada a semana. Dizia-me, o antigo mineiro, que se o turno de trabalho acabasse às 11 da noite metiam-se a caminho para a terra - 6 horas pela noite fora por caminhos e carreiros!... Gente havia de mais longe do Marco de Canavezes que na caminhada passavam obrigatóriamente na minha aldeia e então eram mais umas horitas a somar às 6!
Eram pessoas que devido à pobreza reinante tudo tentavam e aqui estou a lembrar-me das notícias que actualmente nos chegam dos descamisados sub-sarianos que tudo arriscam para chegar ao el-dourado da Europa através de Marrocos e Espanha.
Deixemos agora estes infortúnios, sem os esquecermos, e vamos então este ano cumprimentarmo-nos em Arouca, é sempre um encontro salutar!...
C/vossa amizade, antonio