Eu fui à Baixa
Ainda antes da revolução dos cravos gostava de vaguear pela calçada portuguesa, Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados. Algumas vezes por alturas do 1º de Maio, em manifestações proíbidas, tive de dar à perna à frente do cacetete dos chuis, era eu mero espectante e não anti-fascista convicto, frise-se.
A calçada portuguesa com os seus decorativos desenhos em calcáreo e basalto fazia parte intrínseca das vivências dos tripeiros e era testemunha das alegrias e tristezas dos operários, comerciantes, estudantes e intelectuais.
Que vemos agora? Uma área ampla deserta, cujas mais valias só estão na cabeça petrificada dos seus autores, certamente a pensarem noutras utilidades: instalação futura da feira do livro (Menezes quere-a na marginal de Gaia), quiçá local para a feira dos passarinhos e das melgas, quem sabe. Para as manifestações clubistas dos dragões parece que talvez não pois agora há a ampla Alameda das Antas à ilharga do estádio.
Sugere-se agora que a obra está praticamente terminada, a colocação de uma estátua ao autor no dia da inauguração para ser decapitada no dia seguinte tal como aconteceu ao Antonio Salazar em Santa Combadão (este manteve Portugal atrasado mas ao menos deixou as finanças com boa saúde).
Sim, porque o homem tem feito obra!... Que o digam também os Vilacondenses, os Leceiros e os Madrilenos!...
PS - Agora que aministra da educação já está mais comedida em relação aos prof., vemos nas televisões que ao menor "traque" a GNR em Timor é notícia. Notícia é também que agora há os melhores aviões para combater os incêndios logo à nascença - dixit Costa - os barcelenses devem-se rir enfurecidos com estas demagogias!...
C/a faca afiada, antonioduvidas