Olhar o Porto
Hoje fui vagabundear pela parte histórica da cidade do Porto. Meti pés a caminho e eis-me chegado à Praça da Batalha. Lá no pináculo D. Pedro V a observar os grupos de reformados que por ali cavaqueiam misturados com manguelas e um grupo de jovens, algumas catraias, que passam as tardes ali nos skates a ver quem faz a melhor malabarice.
Enfiei-me pela Rua Cimo de Vila onde outrora havia uma porta da muralha fernandina e logo ali a alguns metros um snack que vomitava música pimba alta, à porta tinha uma fulana que me sugeriu para lhe pagar uma cerveja. Fiquei indiferente e vá lá, vá lá, falava português do Porto, pois agora ali por aquelas bandas gente oriental é mato – chinocas, indianos, paquistaneses etc... Chego à Rua Escura, Largo Pedro Vitorino, Rua das Aldas, de Santana, Pena Ventosa e mais não digo para não ser maçador. Ruas que eu conheci nos anos sessenta/setenta e que ferviam num bulício humano, agora desertas, um ou outro turista mas os residentes foram de vela. A agravar a situação có có de cachorro encontra-se a miude bem como lixo doméstico.
Atravessei a Rua Mousinho da Silveira e subo pela Rua Afonso Martins Alho onde se pode ver num recanto a antiga “Adega do Olho”. Subo os Caldeireiros, já por aqui falei nesta rua e dou uma saltada até à Praça de Lisboa mais para ver se já há obras ou a Câmara emparedou as entradas. Tudo como dantes – destruição total. É uma dor de alma! Um centro comercial de várias lojas inaugurado há cerca de 20 anos com as melhores referências, tudo descambou. Vislumbro à frente um deserdado com aspecto dúbio, dei meia volta jogando no seguro e vou ver as obras para a instalação do eléctrico na Rua de Ceuta e na Praça Guilherme Gomes Fernandes. A ideia de trazer para a baixa o eléctrico é boa, mas para ter sucesso é preciso que haja pessoas na cidade e para isso é necessário uma recuperação de todos os quarteirões em força e não aos bochechos. Para ser franco não acredito muito no volte face pois as intervenções que têm sido feitas nas Praças e Avenidas funcionam como enxutadura das pessoas. E mesmo a poderosa Banca também não ajuda nada pois tem fechado a maior parte dos balcões, deixando os espaços às moscas. A parte histórica da cidade está em definhamento como outrora aconteceu a outras, estou a lembrar-me de Conimbriga onde ficaram as ossadas para gáudio de turista ver!...
Fiquem bem, antonio