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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

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São João no Porto - contagem decrescente - 2

A mão amiga do Sr. Maurício Branco colocou-me em mãos um livro que nos ajuda a reviver o S.João no Porto. Trata-se de um guia turístico do Porto, por Noel de Arriaga, edição de 1965 e diz, a páginas 18:

"Festas Populares - Talvez não deva, sem falsear a verdade, afirmar-se que a população do Porto demonstra, no seu viver habitual, vincada exuberância de alegria, embora essa alegria interiormente possa muitas vezes existir.

O facto tem origem na fisionomia um tanto grave da sua gente, na tradicional solenidade dos costumes, no ambiente de trabalho que por toda a parte se vive e se respira.

No entanto, durante as festas dos santos populares (sobretudo na noite de S.João, de 23 para 24 de Junho) o Porto como que «perde a cabeça» e sai inteirinho para a rua, onde a festa é movimentada e rija!

Toda a cidade se transforma então num autêntico mar de luz. Milhares de lâmpadas coloridas formam vistosas decorações de saboroso engenho.

E dança-se e canta-se numa alegria esfusiante.

Rapazes e raparigas, velhos e crianças enchem por completo avenidas e largos, ruelas e pátios, onde bandas de música improvisam bailaricos saltitantes e bandeirinhas de mil cores se agitam em alvoroçado estremecimento.

Nas Fontaínhas é tanta gente que se torna difícil romper. Entretanto, os foguetes estalam, riscando o céu e morrendo em pequeninas síncopes de luz.

Barracas de «comes e bebes»; os tradicionais Zés Pereiras; as orvalhadas; verdes manjericos onde sobressaem cravos de papel, aos quais estão presas deliciosas quadras populares.

E a alegria domina e cresce; os namorados ajustam as mãos numa promessa fugaz; e o céu parece reflectir a exuberância daquelas noites em que, por milagre piedoso de S. João, até os pecadilhos se perdoam e os beijos de amor não passam de simples beijos de amor...

Ao romper da madrugada, extinguem-se ainda os últimos ecos da festa rumorosa, e, nos copos de vidro grosseiro ou nas canecas de loiça, seca a derradeira gota de vinho que alegrou os corações e retemperou as forças."

Saudações sanjoaninas do Francisco.

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