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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Pela ruralidade - CLXXI(escritores do mundo rural)

Os escritores do mundo rural, nomeadamente Aquilino Ribeiro, beirão, e Bento da Cruz, barrosão, (este falecido há poucos dias), dos quais já li umas coisas, sempre glosaram com os fracassos dos clericais. Já por aqui falamos no padre Noquinhas do primeiro e do padre Moura, apelidado de Mula, do segundo, rascoeiros até mais não. Este último era da pior espécie, uma besta quadrada, direi eu.

Para suavizar estas maledicências vamos aqui retractar a bonomia de monsenhor Justo, como Aquilino o descreve no seu livro “quando ao gavião cai a pena”.

“D. Justo todo se regalava de passear àquela hora matutina pela velha urbe, quando os sapateiros no seu banco preparavam as linhas, as moças espreitam o cabelinho ao espelho dos escaparates, pelos talhos vitelas e porcos parecem ter na goela o último dobre do estertor e os mendigos buscam o poiso à entrada das igrejas. A essa altura do dia seres e coisas possuíam frescura e sinceridade paradisíacas. Pelo menos, não mentiam e dava gosto ver a natureza num plano em que entrava o mínimo de artifício e cansaço. Monsenhor pisava aquelas lájeas há que mundos, e a fisionomia das casas, a pátina das pedras, a linha das ruas, o vulto das torres e o horizonte irregular das empenas e cimalhas eram-lhe familiares como a cara das criaturas que vira nascer e tornar-se gente. Algumas das mulheres lindas da cidade, lindas e cobiçadas, àquela hora a sonhar a última frase dum sonho cor-de-rosa, se não a pôr-se ao toucador, baptizara-as ele; vira-as crescer, florir, e sempre que as encontrava, deleitado mas não libidinoso em sua contemplação, agradecia a Deus o dom inigualável do olhar.

… Naquela manhã, com hilros e andorinhas a sarabandear bêbados de sol em torno do morrião da Sé, havendo cortado a direito pelo caminho mais curto, apenas deu cinco minutos de cavaco ao Cabanilhas, que lhe saiu com a novidade, trombeteada nas gazetas, do jesuíta em Espanha que tinha fugido com a mulher dum alcaide, outros cinco ao Zé Chilandrão, que lhe matou o bicho-do-ouvido com a negociata dos tabacos, dois dedos ao santeiro, que cobria de nomes feios a uma beata que não lhe vinha pagar o que devia, e ainda teve que acalentar a Carma empalhadora que se chorava do homem, um desalmado que andava outra vez metido com a Ruça da Ribeira.

- Foi botijada que lhe deu a beber, monsenhor!

- Vê se compras um chambre bonito; anda-me bem limpa e penteada, e pode ser que o teu homem volte. Este é que é o filtro da Ruça, minha santa. Tu és jeitosinha, mas não te hás-de descuidar. Adeus.”

 

(antonio)

Dia do cão foi ontem

Podengo PortuguêsOntem, dia do cão, prefiro dizer cachorro, soa-me melhor.

Na imagem o podengo, um companheiro sempre atento ao tratador. É um dos cachorros que gostaria de ter se tivesse condições para isso.

 

  (antonio)

A Globalização começou com os Portugueses.

  • Conquista ou Tomada de Ceuta?
  • Foi a 21 ou a 22 de Agosto de 1415?

O que importa é que hoje, dia 22 de Agosto de 2015, poderá haver outras efemérides para comemorar mas esta, pelo menos, penso que é digna de ficar registada. Sinto muito orgulho em ser português. Como tripeiro, sinto-me ainda mais orgulhoso. E, ainda por cima, gosto muito de tripas à moda do Porto.

Saudações tripeiras do Francisco.

Conquista de Ceuta

Painel de azulejos de Jorge Colaço (1864 - 1942) na Estação de São Bento, no Porto: o Infante D. Henrique na conquista de Ceuta.

D. João I

Os 600 anos da Conquista de Ceuta e das tripas à moda do Porto

Os 600 anos da Conquista de Ceuta e das tripas à moda do Porto.

 

Unesco Filipa de Vilhena

Das tripas coração

Notícias soltas

Veja-se a popularidade que atingiu o passadiço do Paiva, está nos píncaros. Até Castelo de Paiva que não tem nada a ver com a emblemática obra, no seu posto de turismo apropria-se também do passadiço. Ver no jornal I de 19 do corrente a falar de Castelo de Paiva dizia-se, entre outras notícias, "mais 10 sítios para visitar em Castelo de Paiva" onde incluia o passadiço com imagem.

 

Hoje fui à feira da Vandoma, nas Fontainhas, afinal ainda não mudou de sítio. Terá tido influência a crónica dominical de Germano Silva que era de opinião que a feira se mantivesse no mesmo local? Comprei lá três obras de Aquilino Ribeiro, que ainda não tinha lido, com boa encadernação do circulo dos leitores, ao preço da uva mijona.

 

     (antonio)

Pela ruralidade - CLXX(passadiço do rio Paiva II)

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Tinha já experimentado parcialmente o passadiço do Paiva (ou da Paiva, como na região se diz, ver meu post de 26/072015), andava ainda a meio gás, um joanete tinha chegado para mim que não sou de me deixar ir abaixo.

Com o canastro agora já mais em forma cheguei-me à frente, no grupo que englobava três gerações. Desta vez era para ir de fio a pavio, o mesmo é dizer cavalgar todo o passadiço como de facto aconteceu. Eramos dez adultos e três pequenotes de 7 e 8 anos que se portaram lindamente. A meio da jornada uma pequena pausa na praia fluvial do “Vau”, não direi para recuperar energias, antes para pôr o pé nas águas transparentes (é da praxe) onde o rio forma uma piscina, ali num silêncio provocador. Logo a seguir quisemos apolegar a passagem na ponte de arame, prefiro dizer de cabos de aço para acalmar os acrofóbicos, até à outra margem, foi ir e voltar, o seu balançar pode provocar receios a algumas pessoas. Só dez passantes de cada vez em cima da girândola (a alegoria é minha), dizem os placards informativos. Mais à frente onde o rio faz uma volta de ferradura acentuada já se avistavam em zigue zague as escadarias, foi a altura para interiorizarmos da penosa agradável subida da Garganta do Paiva. Lá no alto a vista majestática do encaixamento do rio deixa-nos sem respiração.

Estava-se a meio da semana e passantes naquela emblemática obra eram mais que muitos, desde gente muito jovem, uns de idade madura outros adiantados nos anos e gente assim assim, que têm marcado presença para ver ao vivo a genuidade da nudez do Paiva e da sua envolvência, ora com penhas hirsutas, ora com encaixes de variada flora. Por aqui a mão do homem ainda não toldou a mãe natureza que nos oferece de bandeja todo o seu arrebatador esplendor.

As redes sociais têm dado uma boa ajuda para pôr na ribalta o passadiço, fazendo-o estar na moda, digo eu. Espiunca aldeia encravada no vale do Paiva, início ou fim do passadiço conforme a opção que se tome, onde a desertificação, como em todo o interior assentou arraiais, saltou do anonimato, e por ali até os carros de praça não têm mãos a medir, não para aqueles que têm estaleca para fazer os oito Km do passadiço mais oito do regresso.

A CMArouca merece ser saudada pela iniciativa. Agora seria ouro sobre azul se para jusante da Espiunca se continuasse esta obra, em parte ainda em margens do concelho de Arouca mas depois em terras de Castelo de Paiva até à foz no Douro, onde aí há na confluência dos dois rios a Ilha dos Amores. Podemos dizer no entanto que este vale do rio também com arribas genuínas está mais humanizado. São obras subsidiadas pela comunidade europeia a 85%, é uma questão dos autarcas arregaçarem as mangas e saírem do ram ram da gestão camarária. CMArouca assim fez.

PS: Ontem seduzido pelo Luís voltei ao passadiço e à emblemática escadaria da Garganta do Paiva, que é um exercício aos bofes que só vos digo!...

 

  Ant. Gonç.(antonio)

 

Olhar o Porto - CCV(A cidade que eu amo)

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O Porto, a cidade que eu amo, ouve-se a cada passo por tripeiros de gema ou até por aqueles que a adoptaram nas suas vivências. Também faço parte destes amantes, tal como o ilustre professor e escritor, “indígena” da Vitória, e também provinciano como gosta de dizer nas suas crónicas no JN, e nesse sentido gosto que se preservem as referências da cidade.

Dei há dias uma saltada à cidade cujo nome está referido nos jardins, (ver imagem) onde não houve arquitectos de nomeada que aí, ao contrário do Porto, quisessem mostrar a sua marca anti jardins. Se no Porto há praças com centros empedrados, Barcelos tem um ar da sua graça com canteiros floridos que é um encher o olho.

    (antonio)

Olhar o Porto - CCIV(Turismo em maré cheia)

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O que me apetece dizer está mais que dito nos meios de comunicação social, que o Porto está prenhe de estranjas. Então o que me leva a dizer mais do mesmo?

Como o tempo passa veloz não sei precisar em que ano eu aqui num post dizia mais ou menos isto: na Baixa do Porto, sobretudo na Ribeira os turistas parece que são mais que os nacionais. Estava-se, digo agora, no nascimento de uma mina de ouro – turistas que vieram mexer com a pacatez da urbanidade portuense.

Pois agora quem anda pela Baixa e sobretudo na envolvência ribeirinha, também em Gaia, é um fervilhar de gente lá de fora que vem descobrir as belezas da cidade. Passagens aéreas low-cost vomitam no aeroporto Sá Carneiro batalhões de gente que trazem como arma a máquina fotográfica para observar e registar o que para nós os nacionais muitas vezes passa despercebido. Em face desta mais valia, os poderes autárquicos estão a ser pressionados para colocar passeios de dois metros nas laterais da ponte de baixo (Luís I). Também agora se fala em tirar os barcos de grande calado dos ancoradouros do Porto e Gaia para deixar as frentes ribeirinhas com vistas amplas, construindo para isso cais na Lixa, Gondomar. Tudo isto e muito mais já devia estar feito, mas bem à moda portuguesa só se empurra com a barriga. A avalanche turística até levou a Livraria Lello a cobrar entradas pois eram mais que muitos, a atafulhar aquela emblemática casa.

Mas há sempre pequenos nadas que fazem a diferença para pior. Então hoje eu, e centenas de domingueiros fomos aos jardins do palácio que foi de cristal, avenida das tílias, onde havia um encontro, Sunday Session, de gente de cultura e não só, com actuação duma banda musical na acústica. Então não é que os sanitários dos H tinham a porta fechada com a indicação de avariado!... Alguém com galões que tem a cargo estes serviços deve ser muito marreta para não saber que hoje andaria por ali muita gente com necessidades. Claro que da minha parte vou fazer um gesto de cidadania, enviar para a CMP uma msg manifestando o meu desconforto.

 

 (antonio)