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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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Pela ruralidade - CLI(Não dá a mocha para a cornuda)

Ando a ler Aquilino Ribeiro cuja prosa retracta até ao tutano o meio rural, de certeza que também este aforisma supra citado, lhe saiu da pena. Nunca fui um leitor marrão, nem pouco mais ou menos, gosto de ler este autor, mas atenção sempre com o dicionário ao lado e não poucas vezes tenho que pedir ajuda ao GOOGLE.

Nos meus trabalhos agrícolas estou sempre expectante em resultado positivo no amanho da terra, mas…  Se os nossos pais e mais antepassados sempre viveram do que a terra dava, nos dias que correm só  mesmo agricultura como um hobby.

Diz-se que há agricultura de sucesso com os jovens agricultores à perna, mas isso é só conversa fiada. Essa agricultura só se aguenta enquanto forem caindo os subsídios estatais para projectos e afins, e o ditado aqui aplica-se que nem uma luva, enquanto o pau vai e vem folgam as costas.

Ainda gosto de ter ligação à terra e então vou tentando num esforço hercúleo mas de resultados pindéricos, dando corpo a mimos agrícolas. Este ano não me deu mesmo a mocha para a cornuda o batatal e o cebolal. Quanto ao faval e tomatal a coisa saldou-se na positiva. Já  a ramada dos kiwis muita parra e pouca uva e as macieiras e os pessegueiros também não me deixaram cara alegre, mas as pereiras, essas sim, em bardo cumpriram na totalidade a sua missão, medraram o meu empenho.

A minha falecida mãe dizia uma muito acertada, que a terra quer sempre por perto o pé do lavrador. E assim é, pois que um citadino não pode acompanhar com assiduidade o desenvolvimento das hortícolas à distância, em pouco tempo ficam assoberbadas com as ervas daninhas que têm um desenvolvimento fugaz.

Bem, mas tudo isto está nas minhas raízes, vou continuar a deitar as batatas (de semente) e as cebolas (cebolo) à leiva, sempre com a esperança , e agora inverto o anterior estado de espírito, que a mocha dê para a cornuda.

 

  Ant. Gonç. (antonio)

Pela ruralidade - CL(Preservar as memórias)

Em Macieira - Fornelos o futuro também se constrói preservando as memórias do passado, melhorando-as mas não as alterando substancialmente.

Já por aqui temos falado sempre com espírito construtivo do que achamos bem ou mal quer no meio urbano quer no meio rural. Não sou um “louva a deus” quando as coisas se me afiguram sem jeito. Mas também não me acanho de deitar foguetes quando vejo a efectivação benigna de acções quer elas venham dos poderes autárquicas como do simples cidadão. Sou pois pelo visionamento da realidade das coisas.

Nesta ordem de raciocínio quero aqui referir o belo espaço adjacente à capela do Senhor dos Enfermos em Macieira, onde anualmente se realiza a mais importante romaria do concelho de Cinfães. E aqui quero referir com regozijo o facto de há alguns anos terem sido removidos os azulejos sem qualidade que tinham sido colocados, em hora infeliz, nos anos setenta/oitenta do século passado nas fachadas da capela. A colocação de azulejos de qualidade duvidosa a revestir igrejas, vários casos houve na minha região, foram mais tarde retirados e ainda bem. Nalgumas ainda se mantêm como na terra das raízes do meu caro amigo Franc., Fermedo, onde se vê na parte frontal da igreja revestimento a azulejo.

A circundar a capela em Macieira, há um adro com amplo logradouro que sempre foi sombreado por seculares sobreiros. Do meu tempo de infância ainda me lembro de alguns que foram morrendo, uns certamente pela avançada  idade, ou por ficarem asfixiados ao nível do raizame devido à pavimentação em cimento na área envolvente, um outro frondoso e de boa sanidade foi abatido para se fazer um acrescento a uma casa da confraria. É das minhas memórias de petiz, um dia antes da festa do Senhor dos Enfermos, já atrás referida, matar-se um boi e pendurá-lo para o desmanchar e vender à peça, num forte galho de um sobreiro.

É pois um local onde a tradição de sobreiral sempre existiu e daí não fazer sentido plantar outras árvores que não as que fizeram as nossas memórias e as dos nossos antepassados. Não posso aqui deixar de referir um pujante sobreiro que foi há três décadas plantado voluntariamente nesse local pelo senhor Alberto Gonçalves meu vizinho de Macieira.

 

 (Na imagem a capela do Sr. dos Enfermos ao pôr do sol)

 

 

  Ant. Gonç.(antonio)

Olhar o Porto - CXCV(Figuras)

Desde sempre figuras típicas salpicaram os meios urbanos . Nas cidades eram mais notadas destacavam-se na maneira de ser e de se expor.

Quem é que na cidade do Porto não conhecia o Carlinhos da Sé pela sua exuberância afeminada que fazia questão de demonstrar! Nos anos setenta do século passado, a sua passagem bambaleante era o gáudio dos coça esquinas engravatados que paravam na Rua Sampaio Bruno junto ao Café Embaixador. Naquela altura os gays eram vistos como escumalha da sociedade, actualmente as coisas mudaram. Agora até há os lóbis gay ao nível político, quem diria!...

 

E aquele baixote, estilo roda vinte e quatro, não direi sem abrigo mas que tinha uma panca acentuada, percorria a cidade sempre a farejar beatas junto às guias dos passeios!

 

E o trintão ou pouco mais, boa figura mas passado dos carretos, vamos chamar-lhe sinaleiro, que se posicionava no passeio numa curva apertada da Rua do Freixo, onde dois autocarros da Gondomarense não se cruzavam em simultâneo, a orientar o trânsito!... Só faltavam mesmo as luvas brancas pois fazia a coisa com um amadorismo profissional.

 

Na capital do país quem não se lembra daquela figura simpática, a imprensa popularizou-o, que estava sempre no mesmo local estratégico a cumprimentar com um aceno todos os automobilistas! Ficou conhecido como o “Senhor do Adeus”.

 

Este é um pequeno apanhado que me veio à mente ao correr da pena, muito mais figuras excêntricas ou apanhadas continuarão a existir, lembrei-me de fazer este post  pois  aqui na terra onde resido há também uma personagem que se me afigura com alguma tipicidade. A rua é estreita e o senhor de chapéu de feltro, que lhe deve fazer um calor do caraças nos dias de torreira, ali está quase sempre à porta, paredes meias com o minúsculo passeio, a ver quem passa. Eu próprio que passo nessa rua muitas vezes a penantes já me habituei a salvar, sendo gentilmente correspondido. Ah! Sou do tempo em que se dizia bom dia ou boa tarde a pessoas que comigo se cruzavam, mesmo sem as conhecer. Mutatis mutandis, hábitos que foram esfumando…

 

  Ant. Gonç. (antonio)

 

Assunção de Nossa Senhora

Hoje, 15 de Agosto, é, para os católicos, o DIA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Para já, apenas conheço:

  • Nossa Senhora da Saúde de Paranhos
  • Nossa Senhora da Saúde dos Carvalhos
  • Nossa Senhora da Saúde de Cabeçais

A minha mãe diz que este dia é o DIA DAS SETE SENHORAS. Podem ajudar-me a conhecer outras festividades deste dia?

Saudações paranhenses do Francisco.

Antes da electricidade II

 

gasómetro

 

Este António é demais. Porquê?

Porque foi buscar um assunto que me toca especialmente: antes da electricidade. É que vai à minha memória buscar Cabeçais, Fermedo, Arouca.

Eu ainda me lembro de ir sozinho comprar ao Sr. Floriano, a tal loja que era mercearia e relojoaria, uns pedaços de carboneto. Não sei se comprava uma "croa" ou um escudo daquela rocha verde. O que sei é que me fascinava chegar a casa da minha avó materna, meter algum carboneto no gasómetro (imagem), juntar água e chegar chama ao bico do gasómetro.

Havia luz!

E, ou me engano muito, ou na excelente imagem que o António disponibiliza no seu artigo anterior, temos a possibilidade de ver três gasómetros. 

Muito obrigado António.

Um abraço.

Saudações paranhenses do Francisco.

Olhar o Porto - CXCIV(Os gatos do jardim das Virtudes)

Sábado é o dia sugerido para dar uma volta pela cidade. Embora o trânsito citadino esteja mais moderado, a irrequietude da cidade nota-se pelo frenesim de turistas, gente que agora descobriu o Porto graças aos voos low cost que aterram no aeroporto Sá Carneiro.

 

Como na cidade há sempre um quelho, ruela ou sítio desconhecido, desta vez optamos por dar uma saltada até ao jardim das Virtudes que fica a montante de Miragaia, poente do palácio da justiça. Vezes sem conta era do meu conhecimento a existência desse espaço mas nunca tinha ido in loco.

Um jardim público, tinha sido uma quinta, tem uma entrada manhosa, não sinalizada, enfim tudo à boa maneira portuguesa. Tudo,  não será bem, pois o jardim está bem tratado com vistas panorâmicas para o Douro. A CMPorto por dez reis de mel coado bem podia sinalizar e fazer uma entrada condigna de acordo com o miolo do jardim. Uma grande árvore ginkgo bilola, classificada, não deixa indiferente qualquer visitante.

O espaço subdivide-se em vários socalcos pois o declive é bastante acentuado. Num deles, a imagem é bem elucidativa, uma catrefa de gatos ferrosos, cuja função é segurar a esquina de socalcos em gaveto. Mais à frente também vimos num tanque a mesma amarração nas esquinas em ângulo recto. Mas a nossa andança pelo jardim ainda encontrou mais destas artes nas fontes que eram alimentadas pelo rio Frio que nasce em Cedofeita e vai desaguar no Douro por baixo do edifício onde funcionou a Alfândega. Uma gataria a solificar os edificados, artes de antanho.

 

 

 

 Ant. Gonç. (antonio)

 

Dando vida ao passado II

Mais uma herança de família, outro ferro a carvão, com um visual mais alegre e jovial.

Submeti-o a um tratamento estético, aplicação de toxina botulínica  à base de químicos( tinta americana, verniz),eficaz para tratamento de cicatrizes, manchas e rugas, proporcionando-lhe, desta forma, um aspeto mais atraente e rejuvenescido.

 

Espero que gostem

 

 

Com as saudações artísticas, Benilde