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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Olhar o Porto - CLXXVIII(Das minhas memórias, anos setenta)

Estávamos em Agosto, já lá vão uns bons anos, o Verão que naquela altura ainda o era, vomitava um céu azul com sol quente a fazer boa casa aos concessionários das praias da Foz e de Matosinhos. Os eléctricos sobretudo ao domingo iam apinhados de famílias com merendeiros, pela avenida da Boavista abaixo e os gunas aproveitavam a confusão para viajarem nos estribos sempre com o olhar de lince no cobrador que não permitia aquelas borlices. Algumas vezes também viajei nesses eléctricos ensanduichado e quase às cavalitas do guarda-freio.

Quando arranjei uns trocados comprei em segunda mão o carro que ainda agora recordo com saudade. O pobre sorri de contente com pouco, diz o ditado, seria o meu caso. O Citroen Dyane que me deixou o ego empolgante deu-me muitas alegrias. Então quando ia para a praia, capota levantada, com a brisa marítima a dar nas fúcias, e como não usava brilhantina, o cabelo ainda preto, andava esvoaçando daqui para ali, eh!... Eu afinal ia num descapotável, alvo dos olhares dos camones e das sopeiras fozenses que me deixavam cheio de importância. Mas nem sempre as coisas correram de feição. Certo dia quando estava a estacionar na avenida Brasil ouvi de uma betinha lambisgóia para quem a vida não foi madrasta a nível de pilim, cheia de orgulho da sua coutada, Foz do Douro, dizer para as compinchas da sua laia, em som audível: Ah, o meu pai tem um descapotável a sério, um triumph spitfire!... Fiz de conta, pois o meu carro com estatuto que deixava para trás o Volvo marreco ou um familiar do Dyane, a arrastadeira. Também do mesmo clã era o boca de sapo, mas este via-se pouco, só em gente de massas das casas solarengas da avenida da Boavista e da Marechal Gomes da Costa. Também me cruzava com caixas de fósforos, bolinhas, banheiras, cagas na saquinha,  pandeiretas e então carochas eram mato mas que não tinham o faire play do meu Dyane!... Era de cor bege mas com o uso já estava a dar sinais de pintura foleira nas embaladeiras, mandei-o pintar de vermelho. Ficou-me cara a brincadeira pois toda a chaparia do cockpit estava uma lástima, que só se deu por ela quando o chapeiro começou a cuidar dele. O plástico ainda não tinha chegado aos carros de modo que a chaparia podre foi substituída por nova. Ficou novamente um brinquinho aquele simpático perna alçada, sobretudo utilitário, pois tinha um consumo reduzido. Gostava de o ter no lote das minhas velharias, mas conservar um veículo já entradote em bom funcionamento seria mais um encargo monetário e os tempos não estão de feição. Ficam as memórias.

 

 

  Ant. Gonç. (antonio)

São servidos de um caldo de nabos?!...

Gondomar, nomeadamente a freguesia de S. Cosme foi no passado terra de boa agricultura e então os nabos eram a coqueluche dos gondomarenses. Actualmente como se sabe, tudo se alterou e só pequenas nesgas agrícolas tentam resistir.

Este ano já com a feira das nozes à perna, romaria mais importante do concelho, em concomitância com as eleições autárquicas, a câmara de Gondomar na pessoa do seu presidente e do seu vereador preparavam-se para ganhar a câmara, foram travados nessa intenção.

Sabemos que a ânsia do poder sobrepõe-se aos verdadeiros interesses dos locais, e todos os estratagemas são explorados.

Então é assim que se tenta tudo por tudo: grande tenda instalada no centro de Gondomar, onde foram servidos, à borla, segundo a imprensa mais de dez mil caldos de nabos em duas noites. Estive por lá a ver o ambiente mas não usufruí da graciosidade. Tudo parecia correr sobre rodas mas o tribunal constitucional pôs fora da corrida o senhor major e o seu delfim, este cabeça de lista para a câmara.

Já por aqui tinha abordado este assunto de raspão.

 

 

    (antonio)

Olhar o Porto - CLXXVII(siglas, marcas, mensagens)

Após uns dias, semanas, de incomodativa dor ciática que me tolheu e me deixou as marcas quilométricas pedonais reduzidas ao mínimo, agora numa fase já a caminho dos 100% optei por mais uma visita à cidade. Quem já é habitué sabe que o veterano Germano Silva, orientador e sabedor das coisas do Porto até mais não, não tem perna manca, deixa os menos preparados com os bofes de fora.

Os locais do Porto histórico com siglas, marcas e mensagens gravadas na pedra foram-nos sendo explicadas. Praticamente já todas eram do meu conhecimento de visitas anteriores, mas enfim há sempre que aproveitar o domingo matinal para ouvir as histórias sobre tudo e nada com aquele sabor apimentado que o historiador sabe condimentar. Ruas, ruelas, becos, escadas, escadinhas, os muitos acompanhantes suaram as estopinhas com paragem aqui ou ali para ouvir o significado de determinada sigla queria dizer que o prédio pertencia ao bispo. Mais ali em Miragaia aquela casa construída por cimo da viela, foi autorizada desde que a altura desse para passar uma pessoa com um molho à cabeça. Na travessa Monte dos Judeus por cima dum portal, 1706 @, (@, quer dizer ano do Senhor). Outra vimos no Largo de S. João Novo. Nichos, brasões, cruzes, cruzinhas, tudo tinha uma explicação de Germano Silva.

 

 

Sugiro, a título de curiosidade, um post que escrevi em 10/Maio/2011, sobre o @ - Pela ruralidade LXXXVIII(Em Macieira de Fornelos, Cinfães, memórias)http://magisterio6971.blogs.sapo.pt/374166.html

 

 

 

  (antonio)

 

Imagem no Campo dos Mártires da Pátria, vulgo Cordoaria

 

 

 

 

Pelo JN

- O JN não deve gostar nada desta Igreja, dita de maioria dos crentes deste país. Tem pegado diàriamente já lá vai uma semana, no caso da pedofilia dum membro do clero do seminário do Fundão, até a mim me dá arrepios ao referir isto. De facto o tema é escaldante, daí o destaque que o JN vai explorando. Há trinta e tal anos também para a época foi escaldante, agora não o seria, e também muito desenvolvido pelo JN, o caso do padre da Espiunca que "fugiu" com a amada.

 

- Em Gondomar o actual presidente da câmara foi travado nas suas intenções de permanecer ligado à autarquia atrás do seu delfim, Fernando Paulo, também ele arredado da candidatura pelo tribunal constitucional. O sr. major, qual bulldozer habituado com o seu vozeirão a levar tudo à frente, saiu-lhe o tiro pela culatra, desta vez vai ter de ir pregar para outra freguesia.

 

 

  (antonio)

Pela ruralidade - CXXXVIII(Pela Gralheira - Cinfães)

Helder Pacheco insigne escritor da cidade do Porto nas suas crónicas no JN cita a cada passo que é um indígena da Vitória, freguesia da cidade. Na sua crónica de ontem vai aos extremos, passo a citar “indígena da Vitória, nada cosmopolita e fundamentalmente parolo”. São citações que no fundo expressam o seu apego à terra que o moldou. Com esta tirada Helder Pacheco desmitifica o sentido de “parolo”, muitas vezes atribuído aos mais desfavorecidos do interior, longe das luzes da ribalta citadina.

Ontem fui almoçar, cozido à portuguesa pois claro, à Gralheira, freguesia que pertence a Cinfães, em plena serra do Montemuro. Já conhecia o local e fiz questão de o dar a conhecer a uns familiares da minha filha Ana. Se actualmente esta povoação já esta ligada à civilização por estrada, o que aconteceu só após o 25 de Abril de 1974, até essa data as gentes da Gralheira para se deslocarem à sede do concelho ou a outros locais era uma dor de alma visto aos dias de hoje (Gralheira a Cinfães demorava quatro horas a pé, segundo Carlos Oliveira Silvestre no seu livro "Gralheira do Montemuro"). E quando a neve cai, e por ali não é pêra doce, ficam enjaulados enquanto não derrete.

Na escola onde trabalhei no Porto havia um corpo docente coeso e estável, no fim de cada ano lectivo organizávamos um passeio a locais diversificados. A um deles dei a minha sugestão de irmos à Gralheira e assim se fez, todos gostaram de conhecer aquele local tão interiorizado. Actualmente os usos e costumes vão-se alterando, já não há casas cobertas de colmo, os caminhos da aldeia estão empedrados com cubos, mas as noites sucedem-se aos dias e as cabras, ovelhas e vacas todos os dias saem dos currais para o pasto.

Bem, mas para quem quiser saber mais sobre esta terra pode ter tudo o que deseja saber nos livros de um indígena, cito H. Pacheco, Carlos Oliveira Silvestre “Gralheira do Montemuro” e “Crónicas da Serra”. São estórias vividas e outras recolhidas que este autor, reformado da PSP, tão bem sabe transmitir. Ah, também o senhor Amadeu, outro genuino gralheirense dono do restaurante Encosta do Moinho, que já conhecia e que tive o prazer de cumprimentar é uma enciclopédia de saberes ancestrais das gentes da Gralheira.

 

  vacas da raça arouquesa

      

 

 (antonio)

Pelo JN

O JN não perdoa as escorregadelas traumatizantes dos membros da Igreja,  hoje desenvolve o caso do padre do seminário do Fundão. E diz que o bispo da Guarda permanece mudo, como já se tinha visto com o bispo do Funchal quando há cerca de 20 anos aconteceu com o célebre, pelas piores razões,  padre Frederico, já por aqui falei nisto.

 

No passado, já bem distante, Eça de Queirós escreveu o “Crime do Padre Amaro”, mas aí há uma situação de heterossexualidade entre o padre e a sua amada, que à luz dos dias de hoje não escandaliza, como também agora já não é notícia quando um padre tira duas com a jeitosa lá da terra. Agora situação de homo e de pedofilia ( ui, e para mais no seio da Igreja!...), são a notícia forte que não gostaríamos de ter.

 

 

  (antonio)

Pela ruralidade - CXXXVII(matanssa do porco)

Conforme o título em epígrafe há pessoas que têm por hábito registar o que dia a dia vão fazendo, é aquilo a que se pode chamar “diário”.

- malha do milho

- meia bara de sebolo

- sacha do milho

- vendi uma uvelha por 400#00

- vendi os alhos por 60#00

- naseram os pintos

- galinha no xoco

- morreu o sr. Arnesto Madorago

- nasceo uma toura

- bareija das noses no Redondelo

- fazão da Ribeira 11 alqueiras

- feito o vinho no Redondelo

- comprei 2 K de arros 14#60

- tosquia das uvelhas

- botou-se o sulfato

- um carro de mato para os porcos

Esta é uma pequena amostragem dos registos que minha mãe ia fazendo nas agendas que no princípio de cada ano fazia questão de comprar. O Seringador também adquirido mas para leitura das luas, das sementeiras, do tempo que pontualmente iria fazer, da época das enxertias, enfim coisas que não eram estranhas à tarimba dos agricultores. A compra do Seringador, reportório crítico-jocoso e prognóstico, era mais uma tradição que vou mantendo em memória dos meus pais.

Hoje a vida é outra, voltando ao princípio deste arrazoado, há outras ferramentas nomeadamente redes sociais, onde muitos espalham as suas vivências diárias, veja-se o facebook, embora aqui a partilha seja pública. Nos diários havia a privacidade.

 

PS: Mantive a originalidade da escrita nos "diários", agendas.

 

 

  Ant. Gonç. (antonio)

Pelo JN

Não sendo eu um leitor adorável do JN, mas à falta de melhor lá vou deitando os olhos até para não ficar a leste do que se vai passando. No entanto passo sempre como cão por vinha vindimada nas secções de política(candidatos a autárquicas), futebol, relax, sociais, etc. E então que sobra? Praticamente nada, como se costuma dizer, tudo espremido, nicles.  Mas…

A frequência com que dou de caras com notícias de membros da Igreja, pedófilos, deixa-me distante, e cada vez mais dessa instituição. Hoje, mais uma, com o título “Membro da Igreja suspeito de pedofilia”:

“O núncio apostólico da República Dominicana, Josef Wesolowski, foi destituído do cargo enquanto prosseguem investigações em Roma sobre o seu alegado envolvimento em casos de abuso sexual de menores, disse Federico Lombardi, porta voz do Vaticano. Foi acusado de supostamente pagar para praticar sexo com menores”.

Eh lá, dirão alguns ao ver estas notícias no jornal, uma andorinha não faz a Primavera!...  Pois não, digo eu, mas quando se fala em andorinhões já essa máxima se esbate!...

 

Mudando de agulha, apagar fogos, atear decretos, crónica de hoje no JN de Daniel Deusdado, é de ler.

 

 

      (antonio)

 

Olhar o Porto - CLXXVI(Casos e coisas)

Para mim esta semana foi uma nostalgia. Para quem está habituado a dar à perna por aqui e por ali, ficar retido na casota não é coisa salutar para o meu género e certamente para ninguém. Uma arreliadora dor no nervo ciático que me constringiu, e ainda perdura, a perna esquerda, é aquilo que menos desejamos e que fazemos rezas para desaparecer quanto antes.

Posto estes engulhos da caminhada da vida, resta-nos o que nos chega através dos meios de comunicação social, pois gostamos mais de sentir ao vivo o que os olhos nos proporcionam.

Hoje os céus do Porto e de toda a área metropolitano estavam carregados, cor de chumbo, uma onda de fumaça que vinha de este para oeste. O prenúncio era denunciador daquilo que por estes dias tem sido notícia. A cegarrega dos incêndios, uma vergonha nacional a que parece estarmos condenados, com mortes de jovens bombeiros, são a triste realidade de um país sem rumo, onde parece que tudo cai sobre nós. Medidas moralizadoras, carpideiras, não chegam, por decisores políticos, sem políticas de fundo quer de prevenção quer de fortes penalizações para os incendiários.

Enquanto estas misérias alastram pelo país é ver-se o arregaçar de mangas dos candidatos às autárquicas acolitados por mentecapos, (aqui pelo Porto desde populistas que prometem pontes no Douro em barda, a outros com outdoors de figuras tristes)  todos acenando promessas na ponta dos dedos que sabem que não vão ser levadas à prática, quando estiverem na cátedra. A confusão de candidatos poderem ou não concorrer com três mandatos a outras câmaras com base num presidente “da” ou “de” câmara é aquilo que de mais “nobre” fizeram os nossos deputados, em lei, na Assembleia da República. Querem que seja agora o tribunal constitucional a resolver o imbróglio!... Para mim esse tribunal devia dar uma nega até para dizer aos senhores deputados que as leis devem ser claras sem leituras subterrâneas.  

 

E agora falando de outra perspectiva, do Papa Francisco, estou a gostar do que tenho lido. Homem terra a terra, quer que o tratem por "tu" tal como Cristo e os apóstolos se tratavam, disse. Foi corajoso ao demitir o cardeal número dois do Vaticano que até foi apelidado de "personagem corrupta" por uma outra figura do Vaticano. Parece que aqueles que estavam de pedra e cal vão sendo postos em sentido pelo Papa.

 

 

 

  Ant. Gonç.(antonio)