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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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Ano velho, Ano novo

Último dia do ano. Passo os olhos pelos jornais e fico alarmado com as notícias quer de nível social como criminal. É degradante ver a que ponto o nosso país chegou. As páginas do JN de hoje são um bom remate das tropelias que foram acontecendo durante o ano: roubos do interior e até das coberturas das igrejas, dos cemitérios e a tudo o que soa a dinheiro. ATM atacados à bomba, com rebarbadoras e até com retroescavadoras, onde é que já se viu coisa assim?!... E a cereja em cima do bolo no que respeita a este tipo de criminalidade foi uma emboscada na A2, no Sul, a uma carrinha de valores. Até meteu maquinaria pesada, pasme-se. E parece que a nível do poder ninguém faz nada, estamos entregues à bicharada.

O Ano Novo aí está, os governantes já foram preparando os portugueses para a pancada. Com a subida do custo de vida e o desemprego a aumentar não há motivo para os portuenses irem para a Baixa festejar a passagem. E também não haverá motivo para na hora da viragem as pessoas se expandirem fazendo batuques nos tachos e mandarem borda fora os trastes velhos. A sociedade que até aqui foi consumista vai ter de baixar a fasquia e habituar-se a novas regras de aperto.

 

 

 

  (antonio)

 

Toponímia no Porto

Na terra das minhas raízes há pouco tempo os caminhos viraram ruas, já por aqui me referi a isso num post. Normalmente as referidas novas ruas tomaram o nome popular dos sítios como eram conhecidos. Mas houve novas acessibilidades que agora ficaram conhecidas por nomes gentílicos. Assim todos os presidentes de junta lá da terra do pós 25 de Abril de 1974 tiveram direito a ficarem perpetuados na toponímia local – não interessa se foram bons ou maus, inteligentes ou mexerucas – foram presidentes.

Aqui no Porto, há dias, uma praceta que tem até um nome que quase ninguém conhece – largo de Mompilher, mudou de nome mas pelos vistos foi por pouco tempo. A placa em azulejos artisticamente elaborada não deixava dúvidas, não tinha sido aí colocada por algum surrelfa daqueles que andam por aqui a gatafunhar nas paredes:

Largo Engº José Sócrates

(mentiroso, corrupto, incompetente. Primeiro-ministro 2005-2011)

Não fazendo juízos de valor sobre o teor da placa, atrever-me-ia a sugerir que fosse meada, assim:

Largo Engº José Sócrates/ Dr. Passos Coelho. E neste caso manteria só o primeiro adjetivo, colocando-o no plural. E aqui sem parecer, estou a ser bonzinho para o antigo primeiro-ministro.

No meu tempo de criança ai de quem fosse mentiroso. Agora os políticos usam a mentira com uma desfaçatez!... Por este andar a mentira será uma virtude.

 

 

  (antonio)

 

41.º encontro do curso

Já viram o que a comissão organizadora do 41.º encontro de curso nos acaba de enviar? Eu recebi hoje, 30 de dezembro de 2011. A cinco meses do evento e já sei a data em que o mesmo se vai realizar. Para além disso, as nossas colegas de Lousada tiveram a brilhante ideia de nos dar as Boas Festas e de nos alertar para a chegada do convite. Parabéns à comissão organizadora. Parabéns às nossas colegas de Lousada. Saudações tripeiras do Francisco.

41.º encontro do curso de 1969/71
41.º encontro do curso de 1969/71

 

SEXO no JN

Já por aqui disse que não achava muito "católico" o JN, jornal de referência, e que já teve muita tiragem, agora tem menos, diàriamente trazer escarrapachado duas páginas de RELAX. Entendo que isso devia ficar para as revistas da especialidade, mas o que vende tem muita força, pelos vistos. Os pergaminhos do JN do passado mereciam que fossem respeitados, mas isto é a opinião de um bota de elástico visto pelo prisma dos vanguardistas.

Se isso não bastasse, hoje o citado jornal vai mais longe ultrapassando os limites da moralidade. Logo no topo da primeira página em letras gordas: SEXO ORAL na Casa dos Segredos, pág. 24 e 25 e as imagens dos protagonistas (ela e ele).

Eu que não sou um consumidor desses relay show, aqui em casa há quem seja, fui, pois claro, ver o desenvolvimento da notícia no interior. Tudo do bom e do melhor, com imagens e ainda a suplementar informação de se poder ver no You tube.

E agora que mais virá?

Era bom que viesse alguém, defensor dos direitos dos bons usos e costumes, a terreiro esclarecer esta situação que não se me afigura adequada para vir assim escarrapachada.

 

 

 (antonio)

Memórias do PREC

Mas que raio de título de post é este, poderão questionar os mais novos. Para os maduros, que não tenham a memória enferrujada, essencialmente os que viveram os anos da brasa no PREC (Processo Revolucionário Em Curso, no pos 25 de Abril de 1974) poderão ter presente essa sigla. Para melhor compreensão deste arrazoado há que saber que CICA(Centro de Instrução de Condutores Auto) era um quartel militar, na Rua D. Manuel II onde agora funcionam serviços do Hospital de Santo António. Veloso (Pires Veloso) era o comandante da Região Militar Norte que tinha ocupado o comando que até aí tinha estado nas mãos do Brigadeiro Corvacho que era  afeto  a Vasco Gonçalves. P. Veloso  tinha mudado o comando do CICA até aí um aliado das forças revolucionárias que não foi bem visto.

Todos os partidos de esquerda com destaque para o poderoso PCP organizaram uma grandiosa manifestação contra Pires Veloso. Começou na Praça da República junto ao quartel general seguiu pela Rua e Avenida da Boavista até à Rotunda, depois Rua Júlio Dinis e Rua D. Manuel II onde estava o quartel que tinha mudado de comando. "O CICA É DO POVO NÃO È DO VELOSO" foi o slogan mais vociferado por toda uma imensa massa humana, entre outros como  "ABAIXO O FACHISMO", "SOLDADOS UNIDOS VENCERÃO" (SUV), "ABAIXO A REAÇÃO".Eu também enfileirei a contestar a viragem à direita dos comandos militares no Norte.

Por ter lido no JN o falecimento do revolucionário brigadeiro Corvacho, que tinha sido o comandante militar apeado, afeto às forças de esquerda, vieram-me à memória estas lembranças do PREC.

 

  Sugiro também o visionamento de:

 

http://magisterio6971.blogs.sapo.pt/179162.html

 

 

    (antonio)

 

 

Pela ruralidade - CIV(A consoada)

O Natal da minha meninice era a noite de consoada. Era anunciada durante a semana, à noite, com o tanger intercalado dos badalos dos sinos, o maior e menor, do campanário.

O puto de chancas, agora escrevinhador destas linhas, andava numa roda viva com o nariz no ar pelos caminhos da aldeia a farejar donde vinha aquele cheirinho natalício que pairava no ar. Pela trapeira e pelas telhas vãs das cozinhas o fumo escapulia-se em direção a sudoeste, sinal que a noite seria fria com uma aragem de cortar à faca – de Espanha nem bom vento nem bom casamento, é o aforismo de sempre.

Lá em casa as rabanadas de vinho tinto já estavam encasteladas na velha prateira. Que cheirinho!... A sopa seca estava também confecionada na panela de três pernas, uma já perneta, mas para não arrefecer mantinha-se por ali. Era agora altura das tronchudas, das batatas e do fiel amigo saltarem para a panela maior para uma boa cozedura. O meu pai tinha andado a tratar da lenha que para essa noite era a mais calorífica que houvesse. Tocas de carvalho tinham sido guardadas para a melhor noite do ano.

E as prendas, perguntarão os consumistas dos dias de hoje. Bem, quanto a isso não tenho memórias, no mundo rural não chegavam essas vanguardices. Carrinhos de madeira e de folheta ou bola de borracha podiam ter aparecido nessa noite mas não tenho memória do pai Natal, engana meninos, ter passado por lá.

Os cheiros aromáticos da noite de consoada preenchiam todo o meu sentir e querer nesse dia.

 

 

  (antonio)

Olhar o Porto - CXXVI(Por favor não cuspam no chão)

 

Ontem deu-me para subir, a partir da Praça da Ribeira, uma das ruas mais importantes do Porto, que foi no passado. O seu próprio nome é sugestivo – Rua dos Mercadores. Esta e a Rua das Flores que era onde estavam estabelecidos os comerciantes da nata portuense, faziam o pulsar da cidade. Atualmente a Rua dos Mercadores, que faz parte do núcleo histórico, está muito deserta e o casario muito degradado. As vetustas portas que foram de casas de comércio estão há muitos anos encerradas, a centralidade comercial mudou-se para outras bandas.

Passei depois pela Avenida dos Aliados e dirigi-me aos correios comprar um selo para enviar um postal de BF a um amigalhaço que teima, à moda antiga, enviar postais em vez de uma prática msg (ele tem o número do meu telemóvel, mas não tenho o dele por azar). Tinha ido de manhã aos correios de Valbom, uma fila enorme. Aqui nos correios da Praça do Município, parecia uma feira. Olhei em volta e nem uma máquina de venda de selos. Resultado, o meu amigo das campanhas africanas vai ter de esperar, só para a semana, quando tudo acalmar, lhe vou retribuir as BF.

Bem, depois fui tomar um pingo (não me soa bem, tomar um garoto) num dos cafés da Baixa à ilharga da Rua do Bonjardim, que teve uma requalificação há poucos anos, gostei do que vi. Arte nova bem a condizer com o glamour dos cafés do início do século XX. Na descontração de estar a rabiscar estas linhas numa mesa de mármore sextavada, reparo no rodapé alto uma inscrição em liga de metal amarelado “Por favor não cuspam no chão”. Achei interessante e até aprovo que não tivessem mandado às malvas este aviso, a quando da requalificação do espaço, que à luz do que hoje sabemos e conhecemos parece anedótico. Certamente em face do aviso em questão deveria na altura haver por ali um escarrador, e agora estou a lembrar-me de haver um, esmaltado, fora de serviço, na escola onde trabalhei.

 

 

  (antonio)

 

Os corvos marinhos

 Eles aí estão vindos do norte da Europa. É sempre assim todos os anos, vêm nesta altura para as nossas águas temperadas. Fazem poiso às centenas nas sapatas dos pilares da ponte do Freixo. São exímios mergulhadores, lançam-se para o Douro à busca do melhor alimento que por ali abunda.

Temos um clima espectacular, as aves sabem-no aproveitar vindas de longas paragens inóspitas.

 

E nós por cá não tiramos partido do bom clima que temos? Parece que não.

 

 

 

  (antonio)

Apontamento

Vinha eu na Rua do Freixo nos limites da estação de Campanhã (os lisboetas dizem “estação da Campanhã”) a gastar solas quando nisto passam por mim uns jovens, elas com saias compridonas e chinelos de meter o dedo a falar entre eles em língua estranha. Todos os sinais me indicaram que eram romenos. Vou andando, caminhando e mais à frente, talvez  ovelha tresmalhada, estava uma jovem com o mesmo tipo de indumentária sentada num degrau de uma entrada dum estabelecimento a descascar uma laranja e zás sem apelo nem agravo as casquinhas para o passeio. Ainda iniciei mentalmente um gesto de chamar a atenção a atitude da moçoila. Mas, pensei cá para mim, não sei que tipo de gente é esta, fiz de conta e segui o meu rumo.

Durante o caminho que ainda me restava, aquela situação trouxe-me à mente dissabores que foram criados pela globalização. E fiquei a matutar, será que esta gente terá o mesmo comportamento num país como a Alemanha por onde aliás passaram até chegar aqui? Será que como somos um povo com uma educação a meio gaz aceitamos sem pestanejar estes abandalhamentos!  Estamos tramados, nunca mais vamos sair da cepa torta com estas ajudas!...

 

 

  (antonio)

Curiosidades do Porto antigo

Muitos sítios do Porto têm nomes ligados à flora que existiu nesses locais. Estou a recordar-me de R. do Souto, Largo da Ramadinha, Rua do Freixo, Rua do Pinheiro, Rua do Pinheiro de Campanhã, Rua do Pinheiro Manso e Rua do Pinheiro Grande etc. É precisamente a esta última que me quero referir. Pois em 11 de Novembro de 1931 um vendaval derrubou um gigantesco pinheiro. Segundo o “Comércio do Porto” do dia a seguir à queda, diz que esta árvore descomunal teria 700 anos e que foi avaliado em 50 toneladas de lenha, devendo encher, aproximadamente 60 carros. E diz mais a notícia, que há cerca de 20 anos atrás, uma haste deste exemplar tinha caído enchendo-se com ela 20 carros de lenha.

Isto está escrito, e como tal, vamos acreditar, mas não é fácil ter em conta assim tantas carradas. Já tínhamos a lendária árvore da forca que nunca o foi.  Nem na idade nem na corpulência foi assim majestática. Não teve direito a toponímia se bem que se associe ao local onde esteve, no jardim da Cordoaria.

O gigantesco pinheiro, qual longevo Matusalém, cerne deste post ficou perpetuado num nome de rua – Rua do Pinheiro Grande – que fica em Campanhã junto à Rua de S. Roque da Lameira.

 

 

 

  (antonio)

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