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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Pela ruralidade - XCV (Velhos?)

Quando se tem vinte anos olhamos para os trintões e quarentões com distanciamento pois já os consideramos velhos. E então se se olhar mais além para os de cinquenta e sessenta então esses são uns velhadas.

Tudo é relativo e o estatuto de “velho” tem várias cambiantes. A verdade é que ninguém parece assumir essa fatalidade, a não ser por brincadeira, senão vejamos. Há dias apreciei esta no ginásio que vou frequentando; dois aparentemente conhecidos estavam numa troca trivial de conversa quando um diz para o outro: eh pá, estás a ficar velho!... O outro com sentido de humor retorquiu: ó fulano, estás a dar-me um elogio do camano!... Eu a pensar que já estava velho e tu a dizer que “estou a ficar velho”. Uma outra peripécia me ocorre também. O Papa Paulo VI morreu em 1978.  Pois lá na minha aldeia alguém deu a notícia no centro cívico como eufemísticamente gosto de dizer. Uma senhora indagou a idade do falecido, 81 disse o noticiador. Ah, ainda não era velho, retorquiu a senhora cuja idade andava por aí.

Na casa de família onde nasci, enquanto jovem sempre me habituei a ver num quadro suspenso numa das paredes da sala, os meus avós paternos, que não conheci. E a imagem que sempre formulei e que retive até há pouco, era que eram uns velhos, ele de bigode e correntes ao peito e ela de saia comprida e cordões. Pois quando indaguei a idade que teriam os meus avós quando tiraram a foto fiquei estupefacto, como é que eu alimentei durante anos ver ali uns “velhos”!  Ela de 38 anos e ele 48. O hábito faz o monge, certamente que também aqui tem uma forte carga, mas não justifica tudo.

Afinal velhos são os trapos, ou às tantas nem esses!...

 

 

  (antonio)

Plural dos sentidos

Um dia, numa aula, a nossa professora

ensinou-nos que o vento é uma simples massa de ar

e eu acreditei, se a professora o diz...

Mas não compreeendi e pus-me a cogitar

De volta para a aldeia, onde ninguém estudou,

resolvi perguntar.

 

E diz o Zé Moleiro:- O vento é pó de trigo.

São velas a rodar. O vento é um amigo.

 

O Luís Pescador gritou sem se conter:

- O vento faz as ondas e fez meu pai morrer!

O vento é assassino. O vento faz doer.

 

- Nem sempre - lembrei eu. Levanta os papagaios

e fá-los ser estrelas num céu azul de sol.

 

E gemeu a velhinha, num canto do portal:

- O vento é dor nos ossos...

 

- É roupa no varal sequinha num instante

- afirmou a minha mãe

correndo atarefada, entre a casa e o quintal.

 

Mas logo replicou o velho jardineiro:

- O vento meus amigos, destruiu-me as roseiras

e fez cair as flores das minhas trepadeiras.

O vento é muito mau.

 

E o poeta sorriu.

- o vento é beleza. As searas são o mar,

só o vento as faz mover no campo a ondular.

 

Então sentei-me à mesa e estudei a lição.

Já sei o que é o vento:

É dor, é medo, é pão.

É beleza e canção.

É a morte no mar.

E, por trás disso tudo,

é uma massa de ar.

 

E eu disse cá para mim que a minha professora

com tudo o que estudou

não me soube ensinar porque nunca escutou.

 

 

(Autor desconhecido)

 

Com as saudações poéticas, Benilde.

 

 

 

 

E falando sobre a amizade...

AMIZADE

 

 

Após uma longa ausência, serve este post, principalmente para cumprimentar todos os meus estimados colegas e desejar-lhes tudo de bom.

Vi-me e desejei-me para o "senhor sapo" me autorizar a participar neste blog. Valeu-me o nosso grande amigo Francisco a quem muito agradeço.

Serve, este post, principalmente de experimentação para ver se o "sapo" deixou de estar zangado comigo... Se calhar, foi castigo por eu estar tanto tempo ser participar, sei lá!

Era devido que eu, duma penada, escrevesse um artigo sobre a amizade, mas não dá. E "Quem dá o que tem, a mais não é obrigado"! Faço o que posso e o que sei e, a pouco e pouco, lá vou contribuindo, certo?

Continua.

 

Esforcem-se muito por serem felizes.

 

 

Um abraço de "Praia de Espinho" com a música "VAREIRA"

Maria da Graça 


Pela ruralidade - XCIV (O pau é a defesa do homem, diz-se)

Em Fonte Arcada uma freguesia de Penafiel há uma tradição que o povo vai revivendo “o levantamento do mastro” que é um comprido toro de eucalipto -30 m cortado a machado e levado a ombros para o monte de S. Domingos. No transporte por dezenas de homens, o mastro já vai devidamente enfeitado de flores, todo o homem que é homem apalpa o mastro, e aqui ninguém quer ficar de fora, digo eu.  Este gesto simboliza a virilidade masculina daí segundo o mulherio lá da terra, homem que não toque no mastro não presta!... O levantamento deste símbolo sexual é feito a pulso por uma porrada de homens  com musculatura a todos os níveis.

PS: Há três anos, como tinha ouvido falar nesta tradição dei uma saltada até ao monte de S. Domingos e lá vi o descomunal mastro a abençoar o mantimento da forma sexual dos fonte arcadenses.

 

 

 

   (antonio)

Dia dos Avós

Já sou avô duma Sara. Desde o dia 22 de junho de 2011. Por isso, não podia deixar passar esta efeméride sem escrever duas palavras. Não cheguei a conhecer o meu avô paterno. Conheci e ouvi muitas vezes o meu avô materno. Pedreiro e barbeiro. Pedreiro numa das pedreiras de Fermedo, concelho de Arouca, distrito de Aveiro. Barbeiro, no centro da aldeia de Cabeçais, freguesia de Fermedo. No largo da feira. Junto à venda nova e em frente à loja do Sr. Albano que era a única que tinha telefone. O avô Elísio foi o meu elo de ligação com a 1.ª Grande Guerra Mundial. Foram muitas as histórias que ouvi à luz da lareira. E comigo sempre a mexer no lume... Mas nunca fiz xixi na cama. Nunca fiz um enxerto com uma planta mas se o fizer algum dia, toda a teoria a devo ao meu avô. E ainda não havia garrafas de plástico... Aliás, tem graça falar em plástico. Estou a lembrar-me dos anúncios e dos prémios que podiam sair na embalagem do TIDE ou do OMO que eram os detergentes em pó para lavar a roupa à mão: um balde de plástico! E hoje, lembrando-me do meu avô, lembrando-me do meu pai, lembrando-me que sou pai e que já sou avô, apetece-me dizer:

«Ser pai é uma responsabilidade mas ser avô é uma felicidade».

As danças e o povo

 

 

Rancho folclórico de Lourosa de Campos – anos 60.

(fundado pelo meu avô)

 

 

Arouca devida à sua situação geográfica e a um certo isolamento viveu durante séculos num comunitarismo agro-pastoril, apenas entrecortada por contactos com o povo duriense e da beira-mar, geralmente por altura das romarias como o Senhor da Pedra, a Senhora da Saúde, Santa Eufémia… Daí serem as nossas danças, senão de fundo pelo menos de aspecto nitidamente comunitárias, apesar da natural influência coreográfica daquelas regiões, bem patentes nas suas danças como o vira valseado e a tirana.

 

As danças populares autóctones mais velhas são aquelas que confinam a dois períodos de actividade coreográfica: o da tensão e o da distensão, reguladas por um cantador integrado num suporte rítmico e é nesse contexto que se enquadra grande parte das danças da região.

São caracterizadas pela sua serenidade e, por isso mesmo, merecedoras do apípeto: “a casta dança portuguesa”.

Era com essas danças que se divertiam os nossos antepassados nas horas de lazer e de trabalho nos campos, como as ceifas e linhares. Por outro lado, grande parte das danças e da música são antigas “Modas dos Caminhos”, que o povo, ainda há poucos anos, cantava e bailava para amenizar as léguas que tinham de palmilhar.

 

Uma simples viola, uma harmónica das velhas, um ou outro cavaquinho, um ferrinho, um bombo e uma cantadeira e boa disposição eram o bastante para se armar uma dança de consolar os rapazes e raparigas. No passado ia uma viola e harmónica à frente com o cantador ou a cantadeira e mais instrumental adequado; atrás o conjunto de rapazes e raparigas. A música era um acessório da dança, bastando por vezes uma viola ou um bombo para marcar o ritmo. A natureza das danças eram essencialmente comunitárias e tinham uma função social, meramente recreativa sem qualquer significado ritualista, mágico ou religioso.  

 

fonte: Câmara Municipal de Arouca - Informação e Divulgação Turística de Arouca

 

 

Com as saudações dançarinas, Benilde.

6.º aniversário

 

 

Parabéns! Chegaste ao sexto aniversário, magisterio6971. É uma idade linda! Vamos lá ver quem se lembra de te dar os parabéns. Tu mereces, magisterio6971. Tens sabido resistir. Sabes o que te desejo nesta data? Desejo que consigas comemorar mais um aniversário e que seja eu a dar-te novamente os parabéns. Então até lá.

Olhar o Porto - CXII (Tripas à moda de Gaia, etc)

 - Tripas à moda do Porto? Menezes, o presidente gaiense anfitrião do evento, não teve a seu lado o presidente da Câmara do Porto. Gente de vários quadrantes da cidade invicta, Germano Silva, historiador; Rui Veloso, cantor: Rosa Mota, a das corridas, entre outros aproveitaram para se porem ao lado do futuro presidente da CMP, e claro com a ajuda do JN que a isso se referiu. Motivo do encontro, uma tripalhada.

 

- Mais uma achega contra Rui Rio, as praças do Porto estão sujas e cheiram mal (JN). Os portuenses só sabem dizer mal da sua cidade, foi o comentário de Rio, confrontado com a situação, que assim fugiu ao cerne da questão.

 

- R. Rio deve andar um bocado transtornado, há dias dizia que o Palácio das Cardosas ficava na Avenida dos Aliados, que como é sabido fica na Praça da Liberdade. Recebi agora um e-mail de uma amiga dizendo que “numa sebenta dedicada às festas do S. João no Porto, que anda a ser distribuída por aí, Rui Rio assina um texto no qual diz que S. João Baptista é o padroeiro da cidade”. Mais uma gaffe do senhor presidente.

 

- O actual presidente da CMP sempre me pareceu um homem sério. Meteu na ordem uns directores de serviços que se andavam a lambuzar com grossas luvas. Mas convenhamos que isso não chega, esperávamos mais e também não podemos esquecer que foi quem transformou praças ajardinadas em jardins de pedra.

 

- Menezes parece que tem feito obra em Gaia. Mas é muito populista e na minha óptica gosta de deixar imagens de marca. Uma delas é o teleférico que penso que será uma daquelas obras de gastar dinheiro "à tripa forra", tipo estádios  do Euro 2004 às moscas, como às moscas andam as cestas do vai-vém!...

 

 

  (antonio)

Olhar o Porto - CXI (Os putos da Ribeira)

O cenário está montado. A praça da Ribeira a abarrotar de turistas e os rabelos cheios que nem um ovo a marear o circuito das pontes, sobretudo de gente jovem mas também grupos de reformados da estranja. Diz quem sabe que os aviões com viagens baratuchas que aterram no Sá Carneiro da Ryanair foram a galinha dos ovos de oiro para o comércio da beira-rio. Agora também já se compreende a profusão de hotéis “law cost” que estão a abrir na cidade.

 

Diz-se às vezes que a tradição já não é o que era, mas afinal é. Na Ribeira os putos atiram-se à água do Douro fazendo o gáudio dos “camones” que se fartam de clicar nas máquinas fotográficas. Das escadas das padeiras os putos estão-se marimbando para os avisos à navegação do hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, um craque estudioso do rio  “o estuário do Douro está hiperpoluído”. Se está  não devia estar, mas que diabo as tainhas também têm direito à vida!

 

Um mergulho, mais outro e os ganapos são afinal também um cartaz turístico que sempre nos habituamos a ver ali no Douro num dos locais mais in da cidade. Lá mais p´ra cima no tanque, à Sisa, na Avenida dos Aliados também há por lá mergulhadores de ocasião!...

 

 

   http://youtu.be/ch5DVcZqsu4

 

 

  Fiquem bem, (antonio)

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