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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Olhar o Porto - CXI (O morro da cividade)

Com a sabedoria de Germano Silva que com proveta idade manda cá uma pedalada física e mental que é um espanto, a centralidade da visita hoje à cidade promovida pelo JN e FNAC foi no morro da Sé com as ruelas que por ali existem e virtualmente daquelas que o camartelo espatifou. Bem como capelas e chafarizes que mudaram de poiso ou simplesmente desapareceram, são os custos do redimencionamento das cidades.

O historiador foi falando, e o homem fala p´ra caraças, sobre a cerca velha cujos resquícios mais conhecidos são as memórias do Arco de Santana que fica na Rua com o mesmo nome. Pelo meio das suas informações vai metendo umas buchas anedóticas que só ele sabe dizer.

De todo o passeio pedonal por ruas e ruelas do antigo burgo onde normalmente se passa só nestas alturas - ruas de D. Hugo; Aldas; Santana; Bainharia; Souto; Pena Ventosa; Pelames; Corpo da Guarda; ex viela dos gatos; Chã; ex viela da cadeia - são tudo sítios com história. De todo este trajecto algumas conclusões se podem tirar. Assim, nota-se que a desertificação é gritante; a situação ambiental não está no melhor e quanto à recuperação do edificado muito há a fazer, tem sido feito aos bochechos. E segundo o nosso ilustre sabedor destas coisas a extinção do CRUAB e a criação da SRU não terá sido uma mais valia para a recuperação e manutenção do edificado.

 Bem, ficamos a saber, com um certo sorriso que o actual Presidente da Câmara do Porto está a pensar em tirar a estátua "O Porto" do local onde a espetaram - a olhar para uma parede, certamente de castigo,  que faz parte da chamada Casa dos 24, à beira da Sé. As bolandas por onde já andou aquele "Porto"!...

 

 

   (antonio)

Pela ruralidade - LXXII (Elas chegaram)

Depois das chuvadas valentes acompanhadas dum frio cão com neve à mistura lá pela terra das minhas raizes eis que o Sol radioso apareceu e o tempo ficou bom para criar como se diz lá pelo meio rural.

Os citadinos avessos  aos dias chuvosos exclamavam, até que enfim chegou a Primavera!

Mas no mundo rural este tempo solarengo é aproveitado para semear as batatas (há quem diga plantar) e preparar o terreno para amanhar alguns mimos. Nas bordaduras dos campos os prunus estão já com floração bem como os pessegueiros mais temporãos. E lá pelo Douro superior as amendoeiras são sempre um cartaz turístico muito apreciado pelos amigos da natura.

E assim com o despertar da natureza elas chegaram ontem depois duma viagem de milhares de quilómetros desde o centro e sul de África. É sempre assim todos os anos e ontem fui testemunha da aparição aos seus locais no alpendre onde ciclamente têm nidificado desde que me conheço.

Com os seus chilreios elas todos os anos nos visitam ficando por cá até Setembro, as andorinhas.

 

 

  (antonio)

Olhar o Porto - CX (O olhar do meu quarto)

Um dos programas televisivos que me cai no goto é “Portugueses pelo Mundo”. Dão-nos uma interessante mostragem de cidades com usos e costumes diferentes dos nossos, geralmente para melhor. Um dos últimos  falava-nos da cidade de Amesterdão, sobejamente conhecida pelas “moças” de boas pernocas com roupas reduzidas ao mínimo, expostas nas vitrinas. Mas adiante não é isto que me traz aqui, se bem que não podemos enterrar a cabeça na areia. Então diziam os nossos compatriotas, jovens emigrantes, que lá as pessoas vivem com simplicidade sem vaidades entre vizinhos ao contrário do que  por vezes acontece entre nós. E prova disso diziam que não era muito habitual verem-se cortinas nas janelas, pois não há a coscuvilhice de olhar para dentro a farejar se os moveis do vizinho são de castanho ou de pinho carunchento. Gostei do aspecto cultural desse povo que me assentou que nem uma luva, senão vejamos.

No que se refere às janelas com ou sem cortinas faz-me de quando em vez lembrar a realidade de Amesterdão. Quando as mesmas se ausentam do meu quarto renovo sempre a esperança que depois de lavadas não regressem ao seu local (natural). Não tendo elas a função de me preservar dos olhares alheios impedem-me em parte de usufruir do melhor que o meu acordar tem – visibilidade de uma paisagem soberba sobre a parte oriental da cidade do Porto onde se destaca o estádio do Dragão.

 

 

  (antonio)

Passeios pelo Porto

Só não conhece melhor a cidade do Porto quem não quer. Sou eu que digo isto e o afirmo com convicção. O que vou aqui fazer é publicitar mais uns PASSEIOS PELO PORTO. Vêm anunciados no Jornal de Notícias de hoje, 22 de Fevereiro de 2011 e ainda no sítio da Fnac. O tema desta primeira visita guiada é «A Cidade Episcopal». Para preparar a aula, o meu trabalho de casa é pegar no livrinho intitulado «O Porto a pé» e estudar o assunto.

 

PASSEIOS PELO PORTO

 

Então lá nos encontraremos no próximo domingo, dia 27 de Fevereiro de 2011, no Terreiro da Sé. Saudações paranhenses do Francisco.

Desafio

Ora vamos lá ver quem está atento à actualidade. O desafio que me ocorreu apresentar é o seguinte:

- Qual foi o político que proferiu a seguinte frase: « Não basta ser rico para ser educado.» ?

Para não me chamarem mauzinho, eu então dou uma ajuda. Foi o mesmo político que proferiu o célebre desabafo: «Porreiro, pá».

Vamos lá ver, então, a vossa perspicácia.

A barragem do Tua

Sobre este assunto que o António abordou - a barragem do Tua - apetece-me dizer o seguinte:

- Ouve-se o primeiro ministro e fica-se com a certeza de que a construção da barragem do Tua e o consequente desaparecimento da linha ferroviária do Tua é bom para o país, por muitos e variados motivos.

- Lê-se jornais e ouve-se rádio e televisão e fica-se com a certeza de que a construção da barragem do Tua e o consequente desaparecimento da linha ferroviária do Tua é um crime de lesa pátria.

Eu pergunto:

- Em que ficamos?

Eu próprio estou em período de reflexão. Não me quero precipitar.

Saudações paranhenses do Francisco.

JORNAL SOL  

Pela ruralidade - LXXI (Ainda a linha do Tua)

Hoje um sentimento de alguma tristeza me entrou pela casa dentro através das informações televisivas. Com o habitual parlapapá da ordem, Sócrates com o peito cheio de ar, anunciava o lançamento da primeira pedra da barragem do Tua, daí retirando, como é seu apanágio, os frutos ou seja a melhor solução para o país. Com a construção da barragem, 16 quilómetros de via férrea vão ser engolidos e por sinal aqueles que davam uma espectacular paisagem ao longo do rio.

Tive a sorte de desfrutar aquela formidável vista sobre os despenhadeiros do Tua, por quatro vezes.

Se outros motivos não houvesse, mas num futuro poderia ser uma atracção turística, a preservação daquela espectacular linha, feita há 120 anos, deveria deveria ser salvaguardada a todo o custo até em memória dos seus obreiros. As gerações vindouras ficar-nos-iam gratas.

Fazer a barragem ou preservar a linha são sempre soluções, não sei para onde pendem se colocadas no prato da balança. Como estamos habituados a ver gente do poder numa de prafrentex metidos em obras que parecem as melhores no imediato mas quando as águas assentam dizemos, como foi possível? Estou a lembrar-me a quando da queda ponte de Entre-os-rios que  a toda a brida foi feita outra no mesmo sítio e pasme-se a curta distância outra. Será que havia necessidade? Então uma só ponte não resolveria o trânsito local mais o semi rápido? Refiro este caso que me é familiar, passo por lá a cada passo. Obras megalómanas como o TGV já muito foram escalpelizadas mas a teimosia socrática não quer voltar atrás. Estas coisas parece que são transversais no tempo se nos lembrarmos do verdadeiro Palácio de Cristal que foi camartelado para dar lugar a uma calote esférica.

Bem, mas por agora ficamos com a memória da Linha do Tua, glória aos seus executores!...

 

 

  Fiquem bem, antonio

 

 

  PS: O autor poderá seguir ou não nos seus escritos o novo acordo ortográfico

Solidão, isolamento

Ainda estava meio mundo perplexo com a notícia da senhora de Sintra que foi encontrada morta em casa passados nove anos e eis que outros casos com este figurino surgiram.

Nos meios informativos os comentadores argumentavam o triste caso dizendo que se fosse numa aldeia, e não num prédio com vários inquilinos, as coisas não se teriam passado dessa maneira onde o sentimento de proximidade é mais forte. Ora estas análises caíram por terra com o aparecimento de um outro cadáver que já o seria há três meses numa aldeia de Cantanhede.

Nestes dois casos há uma vertente comum. Eram pessoas do extrato social médio, a senhora tinha sido educadora de infância e o outro um antigo militar, com boa reforma, pessoa de cultura acima da média, bem falante e pasme-se, para aquela idade(71), noctívago. Se no primeiro caso parece que a senhora falava com os vizinhos já no segundo o ar intelectual do cavalheiro não abria jogo. Quer num caso quer no outro familiares estavam à distância, não havia ligações, portanto não houve um forte sentimento de busca pelos desaparecidos da vista dos vizinhos. Mais um caso também aconteceu em Matosinhos, assim sendo as coisas passam-se transversalmente por todo o país.

É sabido que o nosso país caminha a passos galopantes para a "velhice" e com um sentimento, não direi de desprezo, mas de indiferença por essa camada social. Hoje vangloria-se o que é novo e os velhos se não ficam esquecidos, faz-se de conta. Até nos bens materiais, o que é novo é que é bom!...

Há que alterar estas mentalidades lembrando aos jovens que daqui a nada serão velhos, se não ficarem pelo caminho.

 

  (antonio)

Pela ruralidade - LXX (A venda do capador)

Muitas vezes os nomes de lugares, ruas ou sítios têm designações populares que se sobrepõem aos nomes oficiais. Nas cidades também isso acontece, ainda há dias Germano Silva no JN falava no “Passeio das Cardosas” e dizendo  que também teve o nome popular de “Pasmatório dos Loios”, justificando estes nomes. Estou a lembrar-me também de “Carvalhosa” , “Pinheiro Manso”,  etc.

No mundo rural assim é também, nomes dados pela sensibilidade popular e que ficaram cimentados através de gerações. Na terra das minhas raízes havia uma “venda” que ainda existe mas agora com outra configuração, à beira da estrada. Vendia arroz, café do bom como se dizia na altura em oposição à cevada, que era moído na hora e embalado em cartuchos, palhetes, petróleo, carboneto, lousas para a escola, papel manteiga e costaneira,  etc. Claro que vinho da pipa era o seu forte.

Então quem era o dono da venda? Ora aqui está o cerne do que quero evidenciar. Homem forte, de boa conversa, era um exímio capador de gado suíno, cavalar e bovino. Montado numa mula fazia giro pelas terras das redondezas saindo para fora do concelho e entrando em terras de Castelo de Paiva, Vila da Feira e Arouca. Não poucas vezes pernoitava por lá quando havia trabalho para o dia seguinte, senão era voltar para casa e chegar a qualquer hora da noite, a muar já sabia de cor os trilhos nem que fosse noite como breu.

Assim o conceituado capador que ainda conheci deu o nome ao sítio onde tinha a venda que também era administrada pela mulher nas suas ausências. Como ficava à beira da estrada havia ali uma paragem das carreiras do “Escamarão”. Então as pessoas quando se dirigiam (e dirigem) para aquele local pediam um bilhete para o “capador” e o entendimento do cobrador não falhava. Resta dizer que com os sinais dos tempos a venda do capador passou a loja do capador e depois a café do capador, na actualidade, por também servir a bebida preta.

 

  (antonio)

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