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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

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Olhar o Porto - XLV

Helder Pacheco no que diz e escreve sobre o Porto gosta de frisar as pessoas com as suas vivências, seus usos e costumes de agora e de outrora. A razão de ser de uma cidade está em quem nela habita.
Vou também dar o meu singelo contributo falando duma classe profissional que está em extinção ou quase e que agora se adaptou ao progresso.
Nos meados dos anos sessenta, eh já estou a ficar cota p´ra caraças, tinha eu saído do seminário e já andava aqui pela cidade. Nas carreiras do Escamarão, Soares, Almeida & Filhos ou do Cabanelas chegavam ao Porto raparigas da Província, algumas vinham no comboio a vapor da linha do Douro, numa condessa traziam os seus parcos trastes.  Lá na terrinha dizia-se que tinham vindo para “criadas de servir” mas aqui na cidade esta terminologia tinha outra semântica “sopeiras”. Vinham para os chalés da burguesia principalmente da Foz. Quando iam à terra natal eram vistas com deferência pelos conterrâneos, pois falavam como se dizia “à moda do Porto”. Eram internas e só tinham o domingo da parte de tarde de folga. Na Avenida Brasil era um ver se avias, vê-las por lá a dar umas voltinhas a saborear os domingos soalheiros apanhando a maresia e as sombras dos metrosíderos, mas não só. De saia travada, algumas de avental branquíssimo , que lhes dava uma boa moldura ao traseiro, a mini-saia ainda não tinha sido descoberta por cá, boa pernoca ainda virgem, pelo menos no nosso subconsciente, pavoneavam-se entre a Senhora da Luz e o Castelo do Queijo, geralmente em grupos de duas ou três. Eu que nunca fui forte, melhor fui sempre fraco, em patuá verbal, não mental entenda-se, gostava de fazer por ali a minha perninha visual. Como tinha vindo do seminário a lavagem ao cérebro na adolescência tinha-me deixado marcas. Se não me diziam preto no branco que mulher era bicho pecador, andariam por lá perto, de modo que as sequelas demoraram a cicatrizar, mas isto são histórias que um dia hei-de aqui estender com mais pormenor. Bem, mas voltando ao cerne deste arrazoado, os menos introvertidos, e aqui os magalas davam cartas, lá metiam dois dedos de conversa e era o que elas queriam, andava afinal tudo ao mesmo!...
 

 

   Fiquem bem, antonio

Ai Portugal, Portugal que estás mesmo mal...

Mas que país é este? E em que é que se está a transformar este país? Que é feito dos brandos costumes? De que estou a falar?

  • Dos PSP's baleados e roubados no Entroncamento !
  • Dos PSP's baleados em Abrantes !

Isto para referir apenas os acontecimentos de domingo, dia 27 de Julho de 2008. Vamos por um lindo caminho, vamos sim senhor... Se não há ninguém para tomar conta disto, ou melhor, se as autoridades e o poder legislativo não tomam conta disto, alguém o vai tomar e eu não ando a ver filmes a mais... Saudações desesperadas do Francisco.

Uma questão de credibilidade

Às vezes dou por mim a reflectir sobre o jogo democrático da nossa vida política. No passado o velho Soares tinha metido o socialismo na gaveta e vangloriava-se de termos feito uma descolonização exemplar. Quando o caso Casa Pia despoletou não teve pejo de na televisão dizer que os advogados iam desmontar as acusações. Há dias apanhei-o num canal televisivo em conversas com a escritora Clara Ferreira Alves e já não disse bem isso de descolonização exemplar, pudera. Outros diziam coisas disparatadas como “o país está de tanga” e ainda “que já se via a luz ao fundo do túnel”…
Na actualidade a coisa continua feia, Manuela Ferreira Leite diz que não há dinheiro para nada enquanto o governo teima nas TGVs. O plano continua inclinado e ninguém arrisca para quando o “volte face”. É nesta incerteza que a falta de ética das instituições dão a imagem de um país sem rumo de confiança. Não temos nada contra quem eventualmente meteu a pata na poça e arranje os melhores advogados para se safar, é humano. Agora o que não entendo como é possível autarcas presumidamente metidos em alhadas com a justiça continuem nos seus postos e a concorrer a eleições. Felgueiras, Oeiras, Gondomar e Marco são paradigmas de situações onde deveria haver mais transparência. Não está aqui em causa uma apreciação de competências, nem a cor dos edis interessa, mas sim uma credibilização da vida política. Os atropelos na galinha gorda que é o urbanismo são mais que muitos. Golpadas dentro da legalidade, pois claro, dão origem a mamarrachos que desfeiam as terras e não adianta tentar escalpelizar entre “pê esses” ou “pê esses dês”, que venha o diabo e escolha!... É por tudo isto que a cada passo se ouve por aí muita gente com saudades do rural académico “ Sr. Doutor”.
Já depois de ter catrapiscado esta treta vejo no Expresso de 26/07/2008 um artigo de Miguel Sousa Tavares com o título “Paraísos Prostituídos” referindo-se à costa alentejana e barlavento algarvio:
“prostituíram tudo, sacrificaram tudo ao dinheiro, à ganância e à construção civil”;
“em muitos e muitos casos a razão pela qual o litoral alentejano e o barlavento algarvio foram saqueados, sem pudor nem vergonha, tem apenas um nome: corrupção”;
“acuso essa exaltante conquista de Abril, que é o poder local, de ter destruído, por ganância dos seus eleitos, todo ou quase todo o litoral português”.

 E mesmo agora ao ver a SIC-NOTÍCIAS, ataco-me de rir com esta: "O PS não recebe lições de combate à corrupção de João Cravinho", perante as críticas deste à corrupção de estado. E mais nada, quem se f... é o mexilhão.

Por coincidência a esta mesma hora apanho uma entrevista no PORTO CANAL ao Engº  Ludgero Marques que bate na mesma tecla: as grandes empresas é que têm amigos no governo enquanto as PMEs ficam a ver navios.

 

   Fiquem bem, antonio

As Torres do Aleixo

A cidade está numa transformação constante, o que ontem eram quintas, terras de pão, hoje são castelos de cimento. E não é preciso recuarmos séculos para constatar essa dinâmica, pois na nossa geração podemos testemunhar essas grandes transformações. Estou a lembrar-me a título de exemplo das torres do Aleixo e do complexo desportivo do estádio do Dragão e envolvência.
Se neste segundo caso é sabido como aquilo cresceu com dinheiros do Porto 2001 que deu origem a vários estádios, alguns sem rentabilidade, mas isso são outras águas, já no primeiro caso uma questão fica no ar. O que terá levado na CMP o partido socialista a não obstar ao abate das Torres do Aleixo? Quem souber que responda, como diz o outro. No caso dos arrumadores Rui Rio não teve essa mão amiga socialista!...
Fica ao menos a boa intenção de R. Rio, tentar resolver aquela situação problemática o que já não é mau, pois a batata é quente!...

 

PS: Devido à incredibilidade de um amigo sobre a actual localização da estátua " o Porto" junto à Casa dos 24 sugiro ver aqui.
 

 

  Fiquem bem, antonio

Piscinas no Porto, precisam-se

Estava eu em plena baixa do Porto, no passeio das Cardosas, assim chamado pelas gentes do burgo, no topo sul da Praça da Liberdade (centro cívico das lutas contra a ditadura), no enfiamento da estátua equestre de D. Pedro IV e mais lá no cimo o belo edifício camarário, eis senão quando sou abordado por um cavalheiro. Fiquei em guarda como se diz em gíria na tropa, e de repente pensei o que é que este tipo me quer. Será algum vendedor de “shotguns” ou de “Kalashnikov” à socapa, vendedor de algum Rolex achinesado ou algum inquérito para saber a minha opinião sobre a credibilidade do governo ou quiçá o que penso sobre o casamento dos homossexuais. Desta vez as minhas desconfianças de abordagem citadina saíram furadas, só me saem duques, já estou farto de inquéritos de rua a saber se o preservativo de sabores é mais afrodisíaco…, pois o indivíduo de aspecto aceitável e abaixo da meia-idade atira-me:
- O senhor é aqui do Porto?
- Mais ou menos, respondi e atalho, o que pretende?
- Sabe-me dizer onde fica a Rua Galeria de Paris?
- Sim, o senhor está no bom caminho, sobe ali a R. dos Clérigos, entra na R. das Carmelitas e é a terceira rua à sua direita.
Bem, o cavalheiro seguiu o seu caminho e eu fiquei cá a matutar esta mania de dar nomes lá de fora a locais e ruas do Porto. Estou a lembrar-me também da Avenida Brasil, avenida de Montevideu e podíamos ir por aí fora. O pequeno tanque, no dizer também de Germano Silva historiador da cidade, que se encontra ao cimo da Avenida dos Aliados também não foge à regra. O arquitecto que o desenhou quis fazê-lo à semelhança da fonte de Medicis dos jardins de Luxemburgo,  em Paris. Passei lá numa destas tardes de canícula e o que observo? O que já é habitual nestes dias escaldantes, o rapazio dá ali umas banhocas, pois claro, sintoma de falta de piscinas na cidade. São estes sinais  que as entidades autárquicas ou outras tardam a entender.


  Fiquem bem, antonio

É tempo de férias !!!

Não há dúvida nenhuma de que está toda a gente a banhos. É tempo de férias, pois então. E em tempo de férias não se pode esperar tanta participação no nosso blog como até aqui. É compreensível. Mas por outro lado, é em tempo de férias que há mais tempo disponível. É em tempo de férias que se podem fazer algumas coisas que durante os restantes 11 meses do ano nem por isso. Continua compreensível? Não sei, não sei... Não sei que diga, não sei que faça... Enfim...Resta-me pedir a todos quantos aqui vêm parar e estão a ler estas, que tenham a curiosidade de dar uma vista de olhos ao blog e que comentem. Desde já, os meus agradecimentos. Ah, já agora, votos de boas férias para todos os que as podem ter. Saudações aposentadas do Francisco.

Pela ruralidade - xx

O senhor Constantino tinha uma venda lá na terra e também era capador. Já com a idade madura ia na sua mula por terras das redondezas capar sobretudo os suínos. Uma vez assisti à capadura de um boi, marcou-me aquele acto bárbaro.
Na sua venda fazia gabarito de ter os melhores vinhos que comprava aos lavradores. Na festa anual lá da terra publicitava o seu pequeno negócio com uma faixa onde em letras garrafais tentava atrair os clientes “O detentor dos bons vinhos”.
Nos meus verdes anos recordo-me de o ver ir lá a casa comprar verdasco. Na adega tirava pelo espiche das pipas para a caneca branca até um quarto, baldeava, cheirava, metia à boca uma golfada e dava a sua oferta se lhe agradasse. Provador nato que era, no caso de o negócio ser acertado, depois o meu pai mais o caseiro e a sua filha que já estava arrumada e a ajuda de algum vizinho carregavam a pipa no “carro das vacas” que tinham ido buscar à abegoaria , encastelada nos malhais devidamente posicionados no chadeiro e bem presa com a corda que das chedas aos tornos em volta e contra-volta dava a firmeza necessária para que durante o trajecto pelo caminho de empedrado irregular não desse de si. A mocetona à soga, eh mulher do caraças, ia firme na condução à frente dos animais. Andava desconsolada segundo bocas destorcidas da vizinhança, fogosa segundo outras, o seu Zé tinha ido ganhar uns trocados para o Brasil, mas para compensar ia vaidosa com a chiadeira do eixo de lodão que rolava nos cocões abraçado pelas cantadeiras devidamente apertadas pelos pescazes. A trepidação da ferragem das rodas robustas de madeira de carvalho era sonante, a carga era pesada, também ajudava à sinfonia.
Chegada a pipa à loja, venda como se dizia, depois de descarregada era mais uma cegarrega para a colocar no apertado canteiro. O pessoal suava as estopinhas mas o sr. Constantino reconhecia o esforço com uma tarraçada de tinto com acompanhamento de um bacalhau desfiado de preferência apuradinho para de seguida vir mais uma caneca e mais outra!... O pessoal habituado a entornar  saía dali em beleza com as faces rosáceas, faladores à brava, e felizes pela missão cumprida!

 

   Fiquem bem, antonio

 

37º aniversário de curso XII

Estimados colegas :

  • Ainda se lembram que comemorámos o nosso 37º aniversário de curso no passado dia 28 de Junho de 2008?
  • Sabem que podem ver as fotografias que o fotógrafo contratado captou e disponibilizou?
  • Sabem que podem ver as fotografias que eu andei a tirar?
  • Sabem que podem enviar as fotografias que queiram disponibilizar para francisco@pontoporponto.com?
  • Basta clicar sobre a fotografia. Simples, não é?

Saudações magistéricas do Francisco.

Foto do dia

 

Não havia necessidade de colocar esta indumentária no belo edifício do Paço episcopal.

 (imagem tirada do tabuleiro superior da Luís I, ponte de cima como sempre se disse aqui no Porto, agora em exclusivo para o Metro e peões.  O edifício à esquerda é o seminário).

 

    (antonio)

Pontos de vista

Nos últimos tempos tem-se assistido a um plano inclinado na vida política e social dos portugueses. A coisa já não estava famosa e então agora com as subidas constantes do petróleo qual bola de pingue-pongue, está a afectar e de que maneira o nosso tecido industrial.
Medina Carreira, economista, e o bastonário da Ordem dos Advogados são dois intervenientes que falam sem rodeios, sem papas na língua, sobre o descalabro de Portugal. Se estas duas personalidades falam alto e a bom som, e não adianta dizer que se trata de populismo, outras denúncias estão agora na ordem do dia graças às novas tecnologias. Refiro-me aos telemóveis que quer no caso da escola Carolina Micaellis, no Porto, quer nos acontecimentos entre comunidades étnicas no Bairro da Quinta da Fonte em Loures deram uma amostragem real de situações que certamente seriam abafadas se alguém não as tivesse registado à socapa.

 

   (antonio)

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