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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

36.º ANIVERSÁRIO DE CURSO

   Com a devida autorização das colegas da comissão organizadora, passo a transcrever na íntegra a carta-convite para o nosso encontro anual :

Curso do Magistério Primário do Porto

36.º Aniversário

Arouca - Quinta de Povos - 19 de Maio de 2007

   Colega :

   Entre o Norte e o Centro de Portugal, entre o litoral e o interior, entre vales e montes e recortada pelo Paiva, um dos rios menos poluídos da Europa, Arouca espraia-se à sombra do seu Mosteiro.

   Da Frecha da Mizarela, desce por rios de aventura, e do alto da Freita ou da Mó, respira a Natureza em estado puro, cheia, até ao horizonte, de paisagens sublimes.

   Encanta-te com o Museu das Trilobites, com fósseis únicos no mundo.

   Mergulha nas histórias da história de Mafalda, uma Rainha que foi Santa, que deu ao Mosteiro o esplendor que hoje conhecemos, e que repousa na Igreja conventual.

   Terra de tradições, com as suas festas e romarias animadas com as bandas de música e os ranchos folclóricos, continuando o campo a fazer parte da identidade de Arouca, que te estende a mesa com iguarias únicas, da carne arouquesa aos doces conventuais.

   Herdeira de um passado rico, Arouca projecta-se para o futuro sem perder a sua identidade. A de um povo que conserva bem viva a sua história e os seus costumes, mas simpático, humilde, acolhedor e hospitaleiro e à espera dos alunos da Escola do Magistério Primário do Porto de 1969/71, na Quinta de Povos, Burgo, pelas 12 horas do dia 19 de Maio de 2007.

   Dado o local que nos vai acolher não ser no centro da Vila, propomos o encontro às 11h 30m, em frente ao Convento, na Av. 25 de Abril, donde sairemos às 12 horas para o restaurante na Quinta de Povos.

   Quem quiser ir directo ao local do almoço, segue a estrada de Arouca e um pouco antes da entrada na Vila, no Burgo, junto à Capela e ao Pão-de-ló, corta à direita, seguindo a estrada da Freita até encontrar o lugar de Povos. Aí estará assinalado o Encontro de Professores e a Quinta.

   O preço será de 37 euros e a respectiva inscrição  deverá ser feita até ao dia 20 de Abril, para um dos contactos abaixo mencionados.

   Não faltes, vem deslumbrar-te comas belas paisagens de Arouca, vem apreciar a sua deliciosa gastronomia, vem conviver e sobretudo recordar, pois se recordar é viver, viver também é recordar e este será para ti, certamente inesquecível.

   Avisa amigas e amigos para comparecerem, assim como teus familiares.

  • Lúcia Brandão da Rocha Mota - 913 024 888 / 256 944 575 - Quinta da Pereira - Várzea - 4540 - 678 Arouca
  • Maria Benilde de Sousa Brandão S. Teixeira - 914 723 414 / 256 944 092 - Rua Dr. Simões Júnior, 11 - 4540 - 136 Arouca
  • Maria Rosa P. Gomes V. Morais - 912 897 941 / 223 704 524 - Rua S. Bartolomeu, n.º 2 - 4540 - 145 Arouca
  • Rosa Esperança Martins B. Ribeiro - 936 318 941 - 256 944 617 - Pego - Santa Eulália - 4540 - 525 Arouca

Arouca, 22 de Março de 2007

Com cumprimentos

_________________
Rosa Morais

   Os meus parabéns à Comissão Organizadora pela carta e pelo programa de festas que tenho a certeza irá ser aliciante.

   Os meus mais sinceros desejos de que se reuna o maior número possível de colegas, de que a meterologia nos permita ter um dia aprazível e de que tudo corra à Comissão conforme previsto.

   Aqui fica, assim, o desafio aos colegas para que usem este espaço para publicarem artigos sobre uma localidade tão rica em património como é Arouca.

Saudações bloguistas do Francisco.

Dia do estudante

Este é o dia do estudante. Seja festejado, doravante, com toda a pujança porque quem não o é, já foi, sem dúvida.

A A U E

M U

Saudações estudantinas do Francisco.

POEMA de Frei António das Chagas - meados do século XVII

Deus pede estrita conta de meu tempo.

E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.

Mas, como dar, sem tempo, tanta conta

Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

 

Para dar minha conta feita a tempo,

O tempo me foi dado, e não fiz conta,

Não quis, sobrando tempo, fazer conta,

Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

 

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,

Não gasteis vosso tempo em passatempo.

Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,

Quando o tempo chegar, de prestar conta

Chorarão, como eu, o não ter tempo...

 

Por terras de Arouca

Ao receber agora na caixa do correio o convite para o encontro anual do curso, tenho sido um ferrinho, desta feita em Arouca, quero aqui partilhar uma conversa que tive hoje com um senhor de provecta idade.

Meu conterrâneo, eram 11 irmãos, ainda novo veio para a cidade do Porto fazer pela vida. Relatou-me peripécias da sua juventude nomeadamente de um ano em que trabalhou nas minas de volfrâmio de Regoufe em Arouca. Tempos de extrema penúria que hoje os jovens têm dificuldade a encaixar. Naquela altura, estamos a falar no auge do volfrâmio, 1939-1945, as distâncias eram vencidas a pé. (Actualmente é tudo na brasa com bólides  potentes como o do padre de Santa Comba Dão que não faz a coisa por menos). Da minha aldeia iam para as minas com uma brôa na sacola e só vinham, nem sempre, passada a semana. Dizia-me, o antigo mineiro, que se o turno de trabalho acabasse às 11 da noite metiam-se a caminho para a terra - 6 horas pela noite fora por caminhos e carreiros!... Gente havia de mais longe do Marco de Canavezes que na caminhada passavam obrigatóriamente na minha aldeia e então eram mais umas horitas a somar às 6!

Eram pessoas  que devido à pobreza reinante tudo tentavam e aqui estou a lembrar-me das notícias que actualmente nos chegam dos descamisados sub-sarianos que tudo arriscam para chegar ao el-dourado da Europa através de Marrocos e Espanha.

Deixemos agora estes infortúnios, sem os esquecermos, e vamos então este ano cumprimentarmo-nos em Arouca, é sempre um encontro salutar!...

     C/vossa amizade, antonio

"A menina dos cinco olhos"

Quando começamos a entrar na idade, como sói dizer-se, recordamos peripécias da juventude e descuramos outras mais recentes. Lembrar os tempos da escola com toda uma panóplia de carências à época, é salutar e dá-nos fôlego para continuarmos. É hoje uma constatação que nascemos num tempo em que a autoridade era aceite e agora temos que dizer, e com tristeza, que há uma certa bandalheira pois estamos numa autoridade perdida de filhos para pais e de alunos para professores.
Podemos não concordar com os castigos de alguma dureza que eram apanágio de alguns professores que apesar de tudo queriam o interesse do aluno pela aprendizagem, mas era um facto que os alunos saíam da “primária”, agora 1º ciclo, com excelente preparação.
“A menina dos cinco olhos” era um ícone da sala de aula, irmã mais nobre da régua e da palmatória, dava cartas porque era oriunda da arte de marcenaria, bastava o conhecimento da sua existência para optimizar a atitude do aluno e refreando o impulso do mais traquina!
A da imagem, com aspecto escurecido dando a ideia de “missão cumprida”, pertenceu a um velho professor primário, da escola onde leccionei, deixou-a no armário no meio da papelada, quando se reformou, ao seu sucessor. Os dois já não fazem parte dos vivos! Foi-me gentilmente oferecida por este último, não para ser usada, mas como artefacto de recordação de uma época em que a autoridade estava primeiro. Hoje faz parte do meu mini-museu.
A título de mera curiosidade, era comum ver estes artefactos juntamente com outros utensílios domésticos também de madeira, colheres, garfos, espera maridos,  (ai, ai), piões etc, nas montras das lojas de utilidades de marcenaria. Estou a lembrar-me de uma que existia na Rua da Lapa ao lado do Quartel-general onde se vendia, já lá vão uns anitos, o artefacto motivo desta crónica. Passei por lá há dias, qual criminoso amador que volta sempre ao local fatídico segundo as leis de criminologia, a loja foi-se, agora por lá (só lá?) é só chinocas minha nossa senhora!... Mutatis mutandis agora até as colheres de pau estão em crise, bem como os congéneres, pois o seu uso foi proibido na restauração.

     Um abraço e sejam felizes, antonio!

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