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Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Magistério6971

Os autores deste jornal virtual apresentam a todos os visitantes os seus mais cordiais cumprimentos. Será bem-vindo quem vier por bem.

Pela cidade

 

 

 

 

 

Hoje fui dar um giro pela cidade, do Porto, claro. Não sei bem se foi a volta dos tristes ou um circuito ao bilhar grande. Era giro saber o fundamento destas expressões tripeiras.

Digital na algibeira do Anorac (as máquinas agora são portateis), nariz no ar a observar a cidade. O que observo! Os sem abrigo cada vez mais sem. Pois as casas devolutas estão agora com as portas e janelas emparedadas com blocos de cimento, antes eram entaipadas com madeira. Na Rua Alexandre Herculano, (ver imagens) esquina com a Rua Duque de Loulé dum lado da rua uma casa do sec. XIX emparedada e mesmo em frente um edifício do sec. XX, onde outrora funcionou um banco, cujo hall onde recolhia gente sem beira, foi também bloqueado.

Segui caminho, entrei na Rua Chã, uma rua cheia de história, epicentro da revolta dos taberneiros  (ver no link, o motim) da cidade contra o Marquês de Pombal por este ter criado a Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto  Douro,  já nos nossos dias que memórias dos Cafés DERBI e ROYAL onde o pessoal desconsolado ia desopilar o líbido ficticiamente tirando a barriga de misérias, agora por ali é só chinesada numa de algaraviada (xin, xau, xun).  Fui  dar uma mija aos mictórios da Rua da Madeira junto à estação de S. Bento. Aqui sugiro atenção aos menos atentos pois há por lá potenciais utentes a deitar o olho à ferramenta do vizinho! (entenda-se a metáfora). Na envolvência há sempre por lá gente da pesada e do gamanço que gosta de dar a palmada. Mas esta situação já não é nova, desde que me recordo foi sempre por ali um foco infeccioso.

Depois enveredei pela "ex-Avenida dos Aliados", agora uma tristeza, entregue à ditadura do automóvel(Helder Pacheco, sic) e num ápice estou na Rua de Santa Catarina onde o Porto mais ferve. Tomei um pingo, garoto se preferirem, mas gosto mais da primeira - 50 centimos, vá lá, vá lá - para retemperar forças e vim a pé até casa, não porque houvesse greve nos transportes (os utentes é que deviam fazer greve aos STCP),  mas por opção o que aliás tenho feito várias vezes. Cheguei são e salvo e com as canetas em boa forma!

Haja saúde, antonio

Miguel Torga...Sempre.

HOMENAGEM A TORGA

 

Na homenagem a Miguel Torga, na Casa de Mateus, em Vila Real, de que demos noticia, associaram-se alguns dos maiores nomes da poesia portuguesa contemporânea; Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade, Pedro Tamen, Alexandre O’Neill, Fernando Guimarães, Vasco Graça Moura e Alberto Pimenta. O poeta do «Cântico do Homem», depois de agradecer, em palavras repassadas de emoção, leu a seguinte ode:

 

AOS POETAS

 

SOMOS nós

As humanas cigarras!

Nós

Desde o tempo de Esopo conhecidos…

Nós,

Preguiçosos insectos perseguidos.

 

Somos nós os ridículos comparsas

Da fábula burguesa da formiga.

Nós, a tribo faminta de ciganos

Que se abriga

Ao luar.

Nós, que nunca passamos,

A passar!

 

Somos nós, e só nós podemos ter

Asas sonoras.

Asas que em certas horas

Palpitam.

Asas que morrem, mas que ressuscitam

Da sepultura!

E que da planura

Da seara

Erguem a um campo de maior altura

A mão que só altura semeara.

 

Por isso a vós, Poetas, eu levanto

A taça fraternal deste meu canto,

E bebo em vossa honra o doce vinho

Da amizade e da paz!

Vinho que não é meu,

 Mas sim do mosto que a beleza traz!

 

E vos digo e conjuro que canteis!

Que sejais menestréis

Duma gesta de amor universal!

Duma epopeia que não tenha reis,

Mas homens de tamanho natural!

 

Homens de toda a terra sem fronteiras!

De todos os feitios e maneiras,

Da cor que o sol lhes deu à flor da pele!

Crias de Adão e Eva verdadeiras!

Homens da torre de Babel!

 

Homens do dia a dia

Que levantem paredes de ilusão!

Homens de pés no chão,

Que se calcem de sonho e de poesia

Pela graça infantil da vossa mão

 

                                              Miguel Torga

 

 

Dia Europeu da Protecção de Dados

   Ao comemorar hoje o 1.º Dia Europeu da Protecção de Dados temos oportunidade de fazer uma de várias reflexões possíveis :

      - a protecção dos nossos dados pessoais.

Claro que o tema, sendo vasto, permite muitas reflexões que era salutar ver aqui aprofundadas. Para me documentar recorri a :

COMISSÃO NACIONAL DE PROTECÇÃO DE DADOS

DADOS PESSOAIS

COMISSÃO EUROPEIA

Saudações bloguistas do Francisco.

Para quem gosta do meu MAR...

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Mergulhar neste mar

Para ver pirilampos marinhos

Como estrelas vivas

Penduradas no céu aquático

Desfazendo em oxigénio líquido.

 

Fazer amor com uma sereia

Num leito de algas

Para ouvir a sua voz,

Ou o murmurar das marés

Como música subterrânea.

 

Mergulhar com uma nudez feminina

No movimento da água livre.

Lento e límpido

Sem a pressa quotidiana

Para nos braços da corrente

Entregar a minha força

Na tentativa

De afogar qualquer coisa de impuro.

 

Mergulhar na submissão marítima

Em bolhas de ar esverdeadas

Como bolas de cristal minúsculas

Onde apenas se adivinha o presente

Na respiração contida.

 

Numa homenagem privada a um Neptuno de pedra

Vestido de musgo, pérolas e lágrimas

Com o sal amargo no rosto

Esperar a explosão dos pulmões.

 

E na minha vontade submersa

O arrependimento do meu acto

Recordarás, recordarás tudo.

“TUDO O QUE ESQUECI”

                           

                             F. Neto

 

Pelo Marquês e não só!

Parece, mas não é.

Será um ajuntamento de maduros para protestar contra a reestruturação dos STCP, cujos trajectos e horários não servem os utentes, pelos vistos! Não, não é.

Estamos na Praça, melhor, jardim porque aqui ainda há canteiros de verdura, do Marquês de Pombal, vulgo Marquês, local de encontro de reformados cujo passatempo é jogar às cartas. As parcas reformas da Segurança Social não dão para grandes cavalgadas e então há que encher o ego com alguns salpicos de bem-estar, quiça, enganadores mas necessários.

A imagem do coreto é do jardim de S.Lázaro,  a cena é idêntica, onde os jogadores das cartas desanuviam o ar conspurcado de meretrizes, proxenetas, invertidos, amigos do alheio, gente com ar de pancada pelo pó e descamisados fruto da globalização. Apesar de tudo aqui há gente ao contrário do descampado da Av. dos  Aliados onde só as pombas assentam arraiais. E depois têm a lata de dizer que é preciso trazer gente para o centro da cidade! Mais uma vez, vai no Batalha!...

Haja saúde!... antonio,

 

Por onde anda a Justiça no meu país?

      Estou revoltadíssimo. Nunca me vi assim. Onde é que isto vai parar? Por onde anda a Justiça em Portugal? Eu nunca pensei desconfiar tanto da Justiça portuguesa... Que é feito da Justiça neste país? Então ainda não há uma fiscalização da Justiça que é feita neste país? Por onde andam as estâncias europeias que fiscalizam a Justiça que é feita nos estados membros? Senhores doutores juízes: Já viram o descrédito para onde arrastaram a Justiça que é feita em Portugal? Então a lei diz que conduzir com 1,2 g/l de álcool no sangue já é crime punido com severas sanções e que exemplo tivemos com o Sr. Luisão? Que jurisprudência é esta? Então o pai biológico só se lembrou que tinha uma filha quando ela tinha 5 anos e a Justiça portuguesa diz que é a ele que a filha deve ser entregue? Então que amor é que este pai tem à sua filha? Só se for o amor à indemnização que ele acha ter direito...Então até aqui o lar que criou a menina serviu e aos 5 anos já não serve? Já não sabe dar afectos, é? Fosse eu juíz e sei quem teria de dar indemnização...Como isto está...Onde é que isto vai parar...Ó JUSTIÇA DIVINA, iluminai as mentes de quem está nos tribunais portugueses a dizer que está a praticar a Justiça...

Desculpai o desabafo. Saudações revoltadíssimas do Francisco.

Ainda a propósito do centenário do nascimento de Miguel Torga

      Ainda a propósito do centenário do nascimento de Miguel Torga, é nosso dever não esquecer que se completam na data de hoje 12 anos sobre a data da sua morte.

        E, para mais informações, descobri que temos ainda:

Delegação Regional da Cultura do Norte

Jornal PÚBLICO

Saudações literárias do Francisco.

Os bichanos!

 

Pombas esvoaçam sobre o coreto, outras esgaravatam na relva recentemente plantada, para desespero dos jardineiros que há dias colocaram redes protectoras mas que não têm resultado.

Grupos de reformados jogam às cartas e nos bancos à volta do chafariz, que foi transplantado da Praça de D. João I, indivíduos com ar de ganzados passam o tempo sem o tempo passar. Mais acolá um par de namorados ou coisa no género, numa de marmelada. Um ou outro apressado entra e sai pelas bocas do Metro.

Estamos no Porto, jardim do Marquês, antigo Largo da Aguardente, característico pelos seus frondosos plátanos, alguns foram sacrificados por motivo das obras da estação subterrânea. À volta o ar de abandono é gritante. Apenas do lado poente a igreja sobressai com asseio de modernidade. Do lado nascente, gaveto com a Rua Trindade Coelho, até o belo Palacete que tem placa identificativa de Instituto Marques da Silva – U. P., acusa algum desleixo.

Casario abandonado pelos humanos é lugar de refúgio para a gataria. Há sempre mão caridosa que diariamente se encarrega de levar comida de supermercado, pois claro, para estes, não diria sem abrigo, mas sem dono!

Este é um arrazoado, floreado com o postal, infelizmente extensivo a toda a zona histórica e ninguém faz nada para travar este desmoronamento da cidade.

 

Sejam felizes como os bichanos!... e c/a minha amizade, antonio

porque não ler outro poema...

A NOITE SEM TREVAS
 
O meu corpo de boémia
sai pelas ruas da noite
a tombar pelas esquinas
sempre á procura
de um segredo inexistente.
serei eu um poeta?
Há!... Quem me dera
em palavras de dedos
inventar uma madrugada feminina
com o perfume de uma rosa desmaiada
sobre a minha almofada incestuosa.
Moldar os seus seios com sílabas macias
enquanto os seus lábios de luta se entregam á liberdade.
Mas o seu cabelo,
o seu cabelo com pingos de sonho
liso de orvalho
 teria cadeias de vento domando tempestades.
 
Mas não, ando por aqui
num jardim adolescente
a plantar estrelas vivas nestas ruas desertas
e a chorar solidão...
esta ave de rapina
com o rosto de uma Deusa.
                                       F. Neto

porque não ler um poema...

Estou só...

Estou  só. Absolutamente só.
Nada, ninguém, nem uma voz
um canto, um grito
no silêncio pesado das ilusões perdidas.
'tão só eu estou
que até a inspiração me abandonou.
-Nem uma lágrima, uma dor, uma revolta
NADA.
Apenas talvez a vaga consciência desta solidão pesada...
No silêncio que se faz á minha volta
oiço o palpitar do coração em decadência
manso, já esteve, que nem só agora
só é meu ainda, se vai já p'lo espaço fora.
Vagamente.
Nem um susto, um viso, uma voz,
nem um promito em alvoroço, um canto
me aflora.
Nem um grito, uma revolta, um pranto,
uma inspiração só que fosse,
NADA.
Estou só, absolutamente só...
                                                                                           F. Neto

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